Inspirado nos relatos de sobreviventes das tragédias de Mariana e Brumadinho, o grupo NucleArte, de Poços de Caldas, produziu a cena “Uma coisa vai puxando a outra”, que está disponível no Youtube, clicando aqui. O trabalho foi realizado com patrocínio do Fundo Estadual de Cultura e do Governo de Minas Gerais, por meio do edital Arte Salva, e publicado em abril de 2021.
A dramaturgia é assinada por João Araújo, ator e jornalista que cobriu as duas tragédias para o portal de notícias Poços Já, ao lado do fotojornalista Juliano Borges. As fotos de Juliano também foram incluídas no trabalho, que relata as angústias e medos das vítimas. “Unimos o olhar jornalístico às vivências dos sobreviventes para fazer um recorte e dar voz a quem precisa ser ouvido. O personagem que protagoniza o espetáculo mostra um pouco das perspectivas de quem acabou de passar por um grande trauma, além de lembrar que as consequências desses crimes perduram até hoje e dificilmente vão acabar”, comenta.
A montagem possui músicas autorais, também inspiradas nos relatos. Com direção musical de Nanda Dearo, são executadas as canções Saudade (Nanda Dearo), Cadê? (Aria Nery, João Araújo, Nanda Dearo e Rafa Falz) e Onda Vem (João Araújo/Nanda Dearo). Em cena, o ator e músico Rafa Falz leva o violão e a voz para dar ainda mais sensibilidade ao trabalho.
As músicas foram criadas inicialmente para o espetáculo “Lama – O Grande Cemitério” e precisaram ser adaptadas para as duas vozes em “Uma coisa vai puxando a outra”, como explica a diretora musical: “O fato de serem apenas dois atores também traz uma intimidade maior pra a execução musical, duas vozes e um violão, o que lembra o modo de cantar do mineiro, de pegar o violão e cantar em dupla. Nos apoiamos nessas referências”.
A filmagem aconteceu no Teatro Benigno Gaiga, em Poços de Caldas, com direção de Nando Gonçalves. O diretor explica que decidiu filmar planos sequência, com a câmera em movimento no palco, para proporcionar uma experiência melhor. “Como conseguir passar a sensação que o teatro causa ao vivo, quando o público está vendo, escutando, sentindo? Nosso desafio foi, através da filmagem, aproximar essa sensação do ao vivo. Por isso, a câmera vai para o palco e promove a imersão do público, mostrando os detalhes, a fumaça do café, a expressão do ator”, observa o diretor.
Ficha técnica
Elenco: João Araújo e Rafa Falz; dramaturgia: João Araújo; fotos: Juliano Borges; direção musical: Nanda Dearo; iluminação: Gui Guerriero; Cenotécnicos: Aria Nery, Juliano Borges e Nando Gonçalves; cenografia: Nando Gonçalves; direção geral: Nando Gonçalves.
Para saber mais, é só seguir o NucleArte no Instagram (@nuclearte).
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