O grupo NucleArte, de Poços de Caldas, é o representante mineiro no Festival Nacional de Teatro de Chapecó (SC). O espetáculo autoral “Lama – O Grande Cemitério”, que aborda os desastres ocorridos em Mariana e Brumadinho, foi um dos dez selecionados para a Mostra Oficial, que teve 135 inscrições de todo o Brasil.
Agora, o grupo busca patrocínio para custear as despesas de viagem. “Vamos pleitear apoio de órgãos públicos e privados, além de promover apresentações e eventos. Representar Poços de Caldas e Minas Gerais, ainda mais com um tema tão significativo, é motivo de muito orgulho para nós”, diz o diretor do grupo, Nando Gonçalves.
Interessados em colaborar podem entrar em contato pelas redes sociais (@nuclearte).
O espetáculo
Tratar deste tema requer mergulhar em um vasto, revoltante e triste universo: a influência política e econômica da mineração, as centenas de mortes, as dúvidas sobre a vida no Rio Doce, o luto, a superação da perda e a tentativa de seguir em frente. Para representar tantos pontos, o grupo se transforma em um coro que conduz a história entre os sentimentos dos sobreviventes da tragédia e o lamento mineiro, estado que desde a fundação convive com a exploração da natureza e o sofrimento do povo em benefício do lucro.
A dramaturgia é assinada pelo jornalista e ator João Araújo, que cobriu as duas tragédias para o portal Poços Já junto do também jornalista Juliano Borges. As histórias contadas e os personagens ouvidos pela dupla são retratados na peça, por meio do personagem interpretado por João. Além disso, a atriz Isabela Viana também colabora no texto, levando para o espetáculo a experiência pessoal e o amor pelo estado de Minas. Formada em Serviço Social, ela morou em Mariana e estudou na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).
As músicas da peça também são autorais e executadas ao vivo. Com direção musical de Nanda Dearo e no intuito de potencializar as intenções do espetáculo, o grupo compôs “Onda vem”, “Saudade tem cor” e “Cadê”.
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