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Socióloga e membro do coletivo LGTBQIA+ de Poços falam sobre o combate a homofobia

Há 31 anos, no dia 17 de maio de 1990 a Organização Mundial da Saúde excluía a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), desde então, a data é lembrada e traz reflexões importantes.

Para a socióloga Ciça Opípari embora se tenham leis afirmativas, campanhas de conscientização, ainda existe um preconceito com a orientação sexual do outro. “É uma data importante para que a gente possa refletir e trabalhar cada vez mais a conscientização da população, é uma luta contra a discriminação que precisamos cada dia mais colocar isso em prática. A gente vê que os casos vêm aumentando dias e dias, com a pandemia a gente vê que tem muitos casos velados da violência, de homofobia que não são relatados”, explica.

Segundo o advogado e membro do coletivo LGBTQIA+ de Poços de Caldas, Rhuan Marino Oliveira Fagundes durante estes 30 anos, muitos avanços aconteceram, mas a luta ainda continua. “Muitos direitos ainda são negados às pessoas que não se identificam como cisgêneras e heterossexuais. Ainda hoje, a comunidade LGBTQI+ sofre com a invisibilidade empregatícia, com a não aceitação familiar, com a violência física e mental e ainda com um grande número de suicídios”, relata.

Ainda segundo Rhuan em mais de 60 países, pessoas consideradas não heterossexuais são condenadas à morte. “A luta da comunidade LGBTQI+ é tão importante que precisa ser lembrada diariamente. A sociedade pode achar que hoje em dia a comunidade LGBTQI+ é muito mais aceita e que sofre menos preconceito social, e pode até se perguntar por que essa luta ainda é tão importante socialmente, contudo a empatia é uma das maiores armas para se combater a homofobia; colocar-se no lugar do outro e sentir as dores, esse é o melhor caminho para entender o que o outro sente e não discriminá-lo por qualquer que seja a razão. Portanto, o dia internacional contra a homofobia tem sim que ser lembrado ano após ano. Para que a comunidade tenha mais direitos do que deveres”, finaliza.

Dados do relatório feito pelo Grupo Gay da Bahia, mostram que em 2020, 237 LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) foram mortos de forma violenta no Brasil, vítimas da homotransfobia: 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%).

A socióloga Ciça reforça que com a conscientização de que as pessoas têm que respeitar a orientação sexual do outro, independente de concordarem ou não, faz com que a violência vá diminuindo.

 

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