Benedito Luiz da Costa, carinhosamente conhecido como Seu Ditinho, capitão do Terno de Congo Nossa Senhora do Rosário de Poços de Caldas, acaba de receber um importante reconhecimento do Governo de Minas Gerais: foi agraciado com o título de Mestre de Cultura Popular, na categoria Reconhecimento de Trajetórias e Manifestações Culturais Tradicionais, pelo Edital Raízes de Minas, da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura.
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A premiação destaca a relevância de Seu Ditinho na preservação da tradicional Festa de São Benedito de Poços de Caldas e seu papel fundamental na manutenção e transmissão da cultura tradicional afro-mineira, especialmente no contexto das congadas – reconhecidas nesta terça-feira (17) como Patrimônio Cultural do Brasil.
Natural de Botelhos (MG) e filho de pais rezadeiros, ele entrou para a congada de Poços de Caldas ainda jovem, graças a uma promessa feita por sua mãe: seu irmão dançaria congo por sete anos em agradecimento a uma graça alcançada pela intercessão de São Benedito. Com o tempo, mesmo após o cumprimento da promessa, toda a família manteve viva a tradição. Seu Ditinho seguiu os passos do irmão, tornando-se dançador, sanfoneiro e cantor no Terno de Congo Nossa Senhora do Rosário, grupo do qual se tornou capitão – função que exerce há mais de 60 anos, com o apoio de filhos, netos e bisnetos.
Além de conduzir sua congada durante a Festa de São Benedito, Seu Ditinho participa de iniciativas para valorizar e difundir a cultura popular, marcando presença em rodas de conversa, eventos e produções audiovisuais, contribuindo ativamente para a perpetuação dos saberes e fazeres tradicionais.
A tradição das congadas em Poços de Caldas é símbolo de resistência e identidade, fortalecendo laços comunitários por meio de rituais, cantos, danças e devoção. A Festa de São Benedito – realizada pelo menos desde 1904 e recentemente premiada em 1º lugar em Minas Gerais na categoria Festejos Populares – é o ponto alto do calendário cultural: Ternos de Congos e Grupos de Caiapós se reúnem para homenagear o Santo Negro, reafirmando a importância das manifestações de matriz africana na história local.
A proposta premiada teve produção e gestão cultural de Juliano Silva e Chiara Carvalho.