ONDA POÇOS

Servidores da funerária, velório e cemitério reivindicam vacinas

Alessandra Gualhardi de Moraes trabalha no cemitério e espera que seja vacinada o mais rápido possível

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No último final de semana, o desabafo de servidora pública lotada na funerária municipal ganhou espaço nas redes sociais. Através de áudio, a servidora deixou clara a insatisfação dela e dos colegas quanto aos critérios da administração municipal na vacinação contra a Covid-19, o que difere Poços de muitas cidades da região, onde trabalhadores de cemitérios, funerárias e velórios já foram contemplados com a vacina. A diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos – Sindserv, esteve presente mais uma vez na unidade, avaliando a necessidade da vacinação para todos os servidores que ali atuam, já que eles mantêm contato direto com familiares de vítimas.

A servidora Marli Pandolfo, que há cerca de 25 anos trabalha como auxiliar administrativo prestando serviços na Funerária Municipal e no Cemitério da Saudade, comenta que os servidores estão sob total estresse e preocupação. A reivindicação dela e dos colegas é para que a administração os inclua nos grupos prioritários para receberem a vacina.

Segundo ela, o que motivou o desabafo em áudio no último sábado (17), foi um dia de muito estresse depois de 16 mortes pela doença, sendo 9 vítimas enterradas em Poços. Isso, somando-se ao número reduzido de servidores.

“O atendimento tem sido intenso e o tempo todo estamos em contato direto com familiares de pessoas que morreram por Covid; temos que manusear papéis que vêm dos hospitais, atender telefone, ver questões burocráticas com outros servidores, ou seja, é uma série de trabalho que, muitas vezes, inviabiliza uma maior precaução. É revoltante a gente não ter recebido a vacina e saber que em cidades próximas a nossa, todos os servidores das funerárias, mesmo as que não são públicas, já foram vacinados porque foram reconhecidos como grupo prioritário”, lamenta.

Marli lembra que apenas 10 servidores estão reivindicando o direito à vacinação. Para ela, trata-se de um número insignificante para não serem reconhecidos como grupo prioritário.

Outra servidora que também está cobrando a oportunidade de receber a vacina é Selma Maria dos Santos, que há nove anos trabalha na funerária.  A reclamação é a mesma, a vulnerabilidade a que estão submetidos diariamente, já que o número de morte pelo vírus tem sido cada vez maior.

“Corremos o maior risco aqui, já teve dias de receber familiares de pessoas que vieram a óbito e ficar sabendo que a pessoa também estava contaminada. Já fui afastada suspeita de Covid, tive sintomas, mas os exames deram negativo. Apesar de ter os equipamentos de segurança, existe toda uma preocupação, temos nossas famílias e nossa preocupação tem sido constante, acho que é um direito receber a imunização”, coloca.

Alessandra Gualhardi de Moraes, que atua no cemitério, também teme o risco diário ao qual vem sendo submetida e espera que o mais rápido possível possa ter o direito de ser vacinada. A servidora diz que todos que trabalham no local estão muito expostos e, vivem sob pressão e medo constante de serem contaminados.

O Sindserv, representando o interesse de todos os servidores, já oficiou a prefeitura para que vacine o mais rápido possível e grupo que é essencial, prioritário e que atua na linha de frente.

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