Poços de Caldas recebeu, nesta terça-feira (23), pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), instituição responsável pela coordenação nacional do trabalho de Educação Integral no Brasil. Essa presença faz parte das ações do edital de Boas Práticas promovido pelo Ministério da Educação (MEC), do qual Poços foi um dos municípios selecionados como referência nacional.
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Estiveram presentes o prefeito Paulo Ney, o vice-prefeito Eduardo Januzzi, o secretário de Educação Marcus Lemos, a coordenadora da Divisão do Programa Municipal da Juventude Ana Maria Lobo de Carvalho, a servidora Áurea Cristina Mendes Nogueira, a assessora Vivi Bastos e os integrantes do grupo TEIA/UFMG, João Paulo Mariano Domingues, Maria Clemência de Fátima Silva e Ana Luiza Pereira Dias.
Além das reuniões institucionais, os pesquisadores também visitaram os núcleos do Programa Municipal da Juventude (PMJ) e Escolas em Tempo Integral, conhecendo de perto as atividades oferecidas pelo município.
Durante a agenda, o pesquisador João Paulo Mariano Domingues ressaltou a relevância da experiência de Poços no cenário nacional. “Vocês estão entre as 25 experiências inovadoras do Brasil. Em Minas Gerais, já temos 723 municípios implementados e, dentro desse universo, Poços se destaca como uma das experiências mais inovadoras. O nível de Poços é muito grande e o eixo de atuação é um dos principais desafios da educação integral, que é fazer a intersetorialidade acontecer, de maneira que o serviço público seja valorizado. Isso fortalece muito o processo.”
O prefeito Paulo Ney destacou a importância da Educação Integral para ampliar oportunidades aos estudantes. “O grande desafio é manter os alunos dentro da sala de aula, o que é muito difícil. O ensino integral vem quebrar essa barreira. Muitas crianças, que muitas vezes estariam em casa, estão dentro do PMJ, tendo acesso a oportunidades de vida, formação cultural e até chances de preparo para o mercado de trabalho. É uma verdadeira oportunidade para eles.”
O secretário de Educação, Marcus Lemos, ressaltou o impacto das atividades complementares respeitando a cultura e a regionalidade de cada estudante. “O que estamos construindo agora é mostrar como outros setores, com atividades complementares, impactam na formação do indivíduo. Por exemplo, oferecer aula de viola caipira na zona rural fala a linguagem do aluno que convive com a catira, enquanto o aluno da Zona Sul se identifica com outra atividade. Esse respeito à localidade é um ponto que deu certo. E, mesmo sem estruturas próprias para o PMJ, utilizamos equipamentos públicos para difundir as atividades, o que tem gerado efeitos positivos.”
A Rede Municipal de Educação de Poços já recebeu o primeiro convite oficial, e na semana que vem, estará em um encontro formativo em Belo Horizonte, coordenado pela UFMG, marcando o início das atividades da Rede de Trocas.
Educação Integral em Poços
Em 2024, a Educação Integral em Poços se organiza em 14 escolas municipais e 7 núcleos do Programa Municipal da Juventude (PMJ), atendendo 1.737 estudantes dos anos iniciais e 518 dos anos finais do Ensino Fundamental em jornada ampliada — o que representa 20,6% da rede em tempo integral, aproximando-se da Meta 6 do Plano Nacional de Educação (25%).
Na Educação Infantil, o município também alcança índices expressivos: 99% das crianças em idade de creche e 87% na pré-escola estão matriculadas.
As oficinas ofertadas contemplam áreas cognitivas, sociais, culturais, corporais e emocionais, com atividades como artes plásticas, teatro, coral, dança, capoeira, produção de vídeos, esportes, yoga, ginástica e jogos cooperativos. Essa experiência tem fortalecido o protagonismo juvenil, ampliado as oportunidades de aprendizagem e promovido práticas inovadoras que valorizam a diversidade cultural, o território e o vínculo dos estudantes com a escola.