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POÇOS DE CALDAS | Podcast infantil ‘ Rádio Traquinagem’ alcança até 4,4 mil crianças na cidade

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Após uma primeira temporada (2020) transmitida para mais de 1,2 mil ouvintes de todas as regiões brasileiras e outros 14 diferentes países, o podcast infantil “Traquinagem” chega a sua segunda temporada com novidades que estão tornando as aulas mais divertidas e inovadoras para aproximadamente 4,4 mil crianças. Desde abril deste ano os episódios, agora quinzenais, estão sendo distribuídos pelo WhatsApp, e seguem acompanhados de um plano de aula exclusivo, que permite a professores de escolas públicas de Poços de Caldas e de outros municípios brasileiros, explorarem a literatura infantil como ponto de partida para aprendizagens e para a construção de habilidades e competências sócioemocionais.

Criado durante o período da quarentena no início da pandemia do coronavírus (Covid-19), a Traquinagem é uma iniciativa da Casa da Árvore Projetos Sociais, realizado com o apoio do Instituto Alcoa e comandado pela escritora Leila Vilhena, que divide a condução dos episódios com a apresentadora mirim Liz Aguiar. O podcast traz, através de uma proposta lúdica, temas transversais através de lendas populares, música e contação de histórias.

A presença de uma criança de 9 anos na apresentação agrega espontaneidade, já que oferece um olhar genuíno sobre o universo infantil, como linguagem, gostos, formas de enxergar a vida, tudo que é particular dessa fase. Os programas contam também com a presença de autores, que interpretam e fazem a leitura de suas obras durante os episódios. Já passaram pela Traquinagem personalidades como Daniel Munduruku, Silvana Tavano, Andrea Viviana Taubman, Leila Vilhena, André Neves e Marilda Castanho.

“Nossa proposta é auxiliar os professores a incrementar as discussões com suas turmas, sobretudo nesse formato de educação híbrida que estamos vivendo”, destaca Leila Vilhena. Na equipe, além de Leila Vilhena e Liz Aguiar, compõe a Traquinagem a designer educacional Marcelle Móras e a articuladora de redes Fran Rezende. O design gráfico das peças é de Paulo Tothy.

Questionada sobre o que tem de singular no projeto, Leila Vilhena destaca que é a construção. “Nós criamos de uma forma participativa com a escuta dos professores. Eles nos dizem que assunto ou tema é importante para diálogos na escola e com essa informação, tudo é produzido com muito cuidado. A escolha dos livros, a conversa em torno deles. E, claro, temos uma apresentadora mirim, já que nosso público é infantil”, conta.

Apoio pedagógico

Para cada episódio da Traquinagem, são criadas propostas de aulas para apoiar professores nessa jornada do ensino remoto e estimular os estudantes. A equipe pedagógica vem desenvolvendo atividades pensadas tanto para professores e alunos da Educação Infantil como também para as séries iniciais do Ensino Fundamental.

Os professores interessados podem se inscrever para receber o podcast no celular e compartilhar com seus alunos da educação infantil e das séries iniciais  do ensino fundamental. A cada episódio a Traquinagem traz um tema gerador baseado nos temas transversais trabalhados pelas comunidades escolares, que foi identificado através de um processo participativo de escuta da comunidade de professores de duas escolas estaduais de Poços, Tamm Bias Fortes e Francisco Escobar.

“Não existe exigência para os professores, que podem escolher simplesmente enviar os episódios para os seus alunos, e para aqueles que sentirem interesse em ampliar as discussões sobre os temas, serão enviadas sugestões de atividades complementares”, explica a criadora do projeto.

O processo

Para montar a programação, a Rádio Traquinagem escutou, através de um questionário, cerca de 220 professores de todo Brasil e baseado no resultado desta pesquisa foi feito um movimento curatorial para escolher livros (e às vezes músicas) que pudessem dar gancho para reflexões sobre os temas indicados pelos professores.

Como resultados mensuráveis, é possível pontuar os números de inscritos para receberem o nosso podcast. Na lista de transmissão para o público em geral foram de cerca de 800 famílias que se inscreveram espontaneamente, de 23 estados brasileiros e ainda outras em mais de 12 países diferentes. Pela lista dos professores são cerca de 270 inscritos, o que significa em média cerca de 6,6 mil alunos recebendo nossos conteúdos.

“Estes são os que conseguimos mensurar, mas temos os  resultados imensuráveis e podemos pontuar o impacto das nossas atividades complementares propostas como por exemplo o relato da escola, Francisco Escobar, onde um dos episódios enviados, tinha como tema “Sonhos e Criatividade” e a narrativa foi desenvolvida em cima do livro “ Onde começa? de Silvana Tavano. Esse episódio inspirou as professoras e estudantes a pensarem e a sonharem a escola que desejam, bem como, as ações e responsabilidades em torno disso, como podemos conferir abaixo: “Como é a escola que eu sonho?”, “Como posso contribuir com a transformação que eu sonho?”. Estas e outras perguntas provocaram os estudantes a pensar e sonhar a sua própria escola. E em forma de desenhos e textos relataram seus desejos, o que evidencia como a literatura e arte são capazes de ressignificar a realidade e trazer esperança em tempos tão solitários”, conta Leila.

Ainda de acordo com ela, quando teve início o projeto, ela não pensou no tamanho do alcance e na grandeza que o mesmo atingiria, mas se orgulha do que conquistou.

“Essa é a forma que acreditamos ser o ideal, porém a Rádio teve início apenas como um projeto cultural que foi desenvolvido entre a Casa da Árvore e o Sesc da Avenida Paulista durante os três primeiros meses de isolamento em 2020. O sucesso foi tanto, que já no primeiro mês de distribuição estávamos com mais de 800 famílias inscritas espontaneamente na lista de transmissão. Estávamos com ouvintes de 23 Estados brasileiros e em mais de 12 países espalhados pelo mundo. Finalizado nosso contrato de parceria com o Sesc, iniciamos essa nova versão, voltada para a educação pública, no segundo semestre de 2020 em parceria com o instituto Alcoa, do qual é nosso apoiador até hoje”, encerra Leila.

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