Dia 15 de Junho é o Dia Mundial contra a Violência a Pessoa Idosa, nesta data a conscientização da população sobre os cuidados com o idoso é reforçada. O jornalismo da Onda Poços conversou com o servidor público Paulo Danilo Vieira de 69 anos, que durante oito, foi presidente do Conselho Municipal do idoso de Poços de Caldas.
Segundo o servidor, o número de idosos no Brasil já ultrapassa a marca de 35 milhões. ” E esse número tão grande impacta em todos os sentidos até o número de violência aumentou em função da proporcionalidade do número de idosos. Durante a pandemia a gente percebeu que muitas das violências cometidas contra pessoa idosa aumentaram”, relata.
Paulo ainda explica os tipos de violências que são cometidas contra a pessoa idosa como; a violência do abandono, violência da negligencia, violência financeira, medicamentosa, psicológica e emocional. Ainda segundo o servidor muitas são cometidas dentro do ambiente familiar do idoso.
“Se pensarmos na violência financeira, ela atinge muito o idoso nos dias atuais, principalmente em momentos como este, de pandemia, quantos idosos são mantenedores das suas famílias. O Banco Central precisa rever essa política de empréstimo consignado. Hoje se faz este empréstimo com margem de até 35%, ano passado o governo tinha liberado 40% e voltou a 35%. E se faz o consignado em 84 vezes, estamos falando de sete longos anos, isso impacta financeiramente na vida do idoso, depois ele não tem o recurso suficiente para comprar seu remédio e para se manter”, pontua.
REPRESENTATIVIDADE NA POLÍTICA
Segundo Paulo, houve um projeto de lei que chegou a tramitar em Brasília, que visava transformar em crime hediondo, crime cometido contra a pessoa idosa, que incluía penas mais rígidas com corte de benefícios e progressão de penas, porém, o projeto foi arquivado. ‘ Há um tempo, chegamos a ter pessoas de nossa cidade representando a nível federal, infelizmente hoje não temos. Não temos representantes em Brasília, não temos representatividade de forma efetiva em Belo Horizonte”, relata.
Na visão do servidor público, o Brasil evoluiu no combate ao feminicídio com a Lei Maria da Penha, as medidas protetivas à mulher e as penas mais duras ao agressor. Também relata evolução no infanticídio. ” Nós temos um caso de repercussão nacional do menino Henry no Rio de janeiro, penas mais duras, o ex vereador preso até hoje e vai continuar, vai responder o pelo crime bárbaro que cometeu. Agora o idoso nessa gama, nessa quantidade de idosos que o Brasil possui 35 milhões, merecia ter leis protetivas”, conta.
Gerontocídio
Paulo explica que a palavra se refere a crime cometido sobre grave ameaça contra a pessoa idosa. E novamente cita o projeto de lei que penalizaria o gerontíciodio. ” Daria a ele características próximas ao feminicídio e ao infanticídio. São vários tipos de violência, mas eu gostaria de destacar esses lados, da física que seria o latrocínio, crimes bárbaros, crimes sexuais, são coisas gravíssimas que mereciam penalizações com a mesma proporção. Essa é a minha visão”, explica.
Ainda segundo o servidor a data de hoje não comemora nada, e sim marca que a sociedade precisa ter consciência do cuidado com a pessoa idosa. O Estatuto do idoso deixa claro que a família em primeiro lugar, o estado e a sociedade nessa ordem, a obrigação de cuidar do seu idoso e quem negligencia, não cuida, não resguarda o seu idoso pode até vir responder criminalmente por isso”, alerta.
Golpes contra o idoso
Idosos representam um número expressivo de vítimas de estelionato. Paulo conta que ele mesmo já recebeu várias propostas de fazer PIX, mas não topou. ” Sei que é uma transação que facilita a vida de muitos, mas abre uma brecha. Também tem o golpe do cartão clonado, onde os criminosos ligam e falam que o cartão do idoso foi clonado, pedem para que entregue o cartão a um funcionário do banco que irá até a residência do idoso, e o golpe acontece. Nenhum Banco envia funcionário à casa de cliente. Você familiar fique atento a ligação que o idoso está recebendo, do outro lado da linha pode ter um golpista”, orienta.
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