Organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio anunciaram nesta quinta-feira (8) que as competições não terão público. A piora na situação da pandemia no país obrigou o Japão a declarar estado de emergência para a capital.
O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, disse que é essencial evitar que Tóquio, onde a variante altamente infecciosa Delta da covid-19 está se espalhando, se torne fonte de outra onda de infecções.
Embora amplamente esperado, o movimento marcou uma mudança de tom brusca em relação às semanas anteriores, quando os organizadores disseram que pretendiam realizar o espetáculo desportivo mundial com uma quantidade limitada de espectadores.
Os locais fora da área metropolitana de Tóquio permitiriam um número limitado de espectadores e a política para os eventos paralímpicos será decidida no próximo mês, disse o governo.
“É lamentável que estejamos realizando os Jogos em um formato muito limitado, enfrentando a disseminação de infecções por coronavírus”, disse o presidente da Tóquio-2020, Seiko Hashimoto, após conversas entre autoridades do governo, organizadores de Tóquio e representantes olímpicos e paralímpicos. “Sinto muito por aqueles que compraram ingressos e todos nas áreas locais.”
Os Jogos Olímpicos, que foram adiados em um ano devido à pandemia, acontecerão de 23 de julho a 8 de agosto.
Alerta médico
Especialistas médicos dizem há semanas que não ter espectadores na Olimpíada seria a opção menos arriscada em meio aos temores públicos de que a chegada de milhares de atletas e autoridades desencadeará uma nova onda de infecções.
Distribuição lenta de vacinas
O Japão não testemunha o tipo de surto explosivo de Covid-19 visto em outras partes do mundo, mas acumula mais de 810 mil casos e 14.900 mortes.
Por causa da distribuição lenta de vacinas contra Covid-19, só um quarto da população recebeu ao menos uma dose.
O novo estado de emergência de Tóquio chega no momento em que a cidade anunciou 896 infecções novas nesta quinta-feira, cifra próxima das altas vistas pela última vez em meados de maio.
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, que comandou as negociações desta quinta-feira depois de chegar a Tóquio no início do dia, disse a repórteres que medidas rígidas foram tomadas e foram bem-sucedidas.
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