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Novo golpe no cartão: entenda como funciona fraude no pagamento por aproximação

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Cibercriminosos desenvolveram novas variações de um programa que infecta maquininhas de cobrança e provoca o bloqueio de pagamentos via aproximação, no celular ou no cartão físico.

Entenda o golpe em 3 pontos:

  • Criminosos se passam por funcionários de empresas responsáveis pelas maquininhas e solicitam uma manutenção no aparelho. Nesse momento, é instalado um vírus que dá acesso remoto ao sistema;
  • As máquinas infectadas impedem a cobrança por aproximação, exibindo uma mensagem falsa de erro, que pede para que o consumidor insira um cartão físico no aparelho, a fim de fazer o pagamento.
  • Ao fazer isso, a vítima tem os dados capturados, incluindo o número do cartão, que acaba ficando vulnerável a clonagem. Assim, criminosos podem fazer compras mesmo com cartões protegidos por chip e senha.

As informações foram divulgadas pela Kaspersky, especializada em cibersegurança, nesta terça-feira (31). De acordo com os pesquisadores da empresa, a quadrilha brasileira é a primeira a conseguir realizar fraudes com essa tecnologia de transação.

Por que bloquear a compra por aproximação?

Esses bandidos já conseguiam clonar cartões a partir de maquininhas infectadas, segundo a Kaspersky, por meio do programa malicioso instalado na hora da falsa manutenção.

O novo golpe é um refinamento do antigo: a novidade é que o programa, agora, consegue detectar e bloquear compras por aproximação.

Mas por que isso interessa aos criminosos? Acontece que as compras por aproximação (“contactless”), seja com cartões ou no celular, têm um recurso que aumenta a segurança para o usuário: cada transação gera um número novo de cartão, que é diferente do cartão físico. E esse número só vale para aquele pagamento.

Como os criminosos querem capturar dados que possam ser usados depois, eles precisam do número do cartão físico, que só muda se a pessoa cancelar ou trocar de cartão.

Por isso é que, ao detectar que uma transação será pelo modo de aproximação, a máquina infectada bloqueia essa operação e obriga o uso do cartão físico.

Golpe permite escolher clientes

Segundo a Kaspersky, os criminosos conseguem filtrar as vítimas pelo tipo de cartão, como Black/Infinite, que costumam estar vinculados a saldos e limites mais altos.

“Essas transações são extremamente convenientes e especialmente seguras, isso mostra a criatividade e conhecimento técnico dos criadores com relação aos meios de pagamento”, afirma Fabio Assolini, chefe da Equipe Global de Pesquisa e Análise (GReAT) da Kaspersky na América Latina.

Ainda segundo a Kaspersky, a atuação da quadrilha acontece na América Latina desde 2014. No entanto, até o momento, “as modificações mais recentes foram detectadas apenas no Brasil, mas poderão ser disseminadas para outros países e regiões”.

Como se proteger

  • O consumidor que se deparar com a situação deve buscar alternativas em efetuar o pagamento via PIX, dinheiro ou tentar em outro terminal;
  • Verifique os comprovantes de valores emitidos nas faturas de cartão; caso tenha gastos indevidos, entre em contato com a instituição financeira responsável e faça um boletim de ocorrência;
  • O lojista deve manter os dispositivos seguros nos pontos de vendas.

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