A poços-caldense Angélica Thomaz se tornou a 1ª estudante internacional a se formar no Instituto de Earth Sciences da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Debrecen, na Hungria. Da sua turma, Angélica foi a única brasileira.
Angélica que também é jornalista, contou sobre esta conquista ao jornalismo da Onda Poços. O mestrado em Energias Renováveis durou dois anos.
“Foi um desafio em muitos aspectos, cursar um programa que não é em nossa língua materna primeiramente, em inglês no caso, e se adaptar a expressões técnicas específicas. O Húngaro, idioma da Hungria, é muito difícil e diversas vezes tenho que me virar para me comunicar. Porém eu já morava na Hungria a trabalho há três anos, então neste quesito já estava acostumada. Sem falar na pandemia, pois tivemos de adaptar a um sistema de ensino online de repente, e tive um estágio na Malásia, onde trabalharia com energia solar em Kuala Lumpur, cancelado pois as fronteiras se fecharam. Eu fui a única brasileira da turma’, relata.
O gosto por temas ambientais acompanha Angélica desde a infância. ” Cresci lendo a Super Interessante, então acredito que o misto Jornalismo (meu bacharelado) e curiosidade científica já estavam ali. E meu caminho também me trouxe aqui. Em 2011 conclui o curso Técnico em Meio Ambiente pelo Senac, e uma das minhas matérias favoritas foi Energia Renovável. Me chocou como a produção de energia atual polui a Terra, nossa casa, mas me surpreendeu mais ainda quantas alternativas incríveis já temos para gerar energia de forma limpa. Em seguida, como jornalista, estagiei no DME, empresa de geração e distribuição de energia em Poços de Caldas, onde aprofundei ainda mais no setor, vi de perto o quanto o tópico tem diversas vertentes que precisam ser exploradas para uma distribuição de energia eficiente, ambientalmente responsável, acessível e justa. Então quando vi a oportunidade do mestrado, estava certa de que era o caminho a seguir”, explica.
A tese de Angélica aborda os últimos 20 anos do setor elétrico no Brasil, as principais crises, e os desafios a seguir. A brasileira também apresenta uma pesquisa sobre a percepção social da população a respeito da área. Segundo Angélica, o tema ainda é muito distante e muitas vezes um setor complexo, do qual as pessoas não se inteiram. “Porém, por outro lado, afeta a nossa vida todos os dias. Seja no preço da energia (que afeta o custo de todos outros preços e serviços), seja nos impactos ambientais que o processo causa. Por isso acredito que o tema é algo que precisa ser trabalhado, explorado, estudado, difundido. Hoje, 73% de toda emissão global de gases de efeito estufa vem do setor energético (não só energia elétrica, mas transportes e aquecimento de edifícios também), segundo o Our World in Data, 2020. Ou seja, grande parte das mudanças climáticas está sendo causada pela forma como geramos a nossa energia”, pontua.
Angélica também faz parte da Organização Youth Climate Leaders, voltada para jovens que buscam soluções para as mudanças climáticas. Atualmente também busca atuar na área de energia renováveis, passando por processos seletivos.
Retorno ao Brasil
Angélica conta que não pretende voltar ao país no momento, mas também não descarta a possibilidade. “Nosso país é líder em produção limpa de energia, mas também há muito trabalho a ser feito na diversificação da nossa matriz energética, que vai exigir novas regulações, investimentos e tecnologias”, conta.
Sobre o assunto, a jornalista tem o artigo https://angelicathomaz.medium.com/%C3%A9-preciso-usar-a-li%C3%A7%C3%A3o-do-futebol-no-setor-el%C3%A9trico-brasileiro-26de52487516″.
https://chat.whatsapp.com/HZsLCbJUAr6LA4v1KgfFK6