Na década de 1990, São Roque de Minas enfrentava um intenso movimento migratório, impulsionado, dentro dos fatores principais, pela busca de melhores oportunidades educacionais. Muitas famílias deixavam a cidade em busca de um ensino de qualidade que garantisse um futuro promissor para seus filhos.
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Diante desse cenário, um grupo de pais em parceria com o Sicoob Sarom, fundou, em 1999, a Cooperativa Educacional Sarom (CES). A escola nasceu com o propósito de oferecer um modelo educacional inovador, baseado nos valores do cooperativismo, na educação financeira e no comportamento empreendedor, formando cidadãos mais conscientes e preparados para os desafios do futuro.
“Desde a fundação da Cooperativa Educacional Sarom, acreditamos que a educação tem o poder de transformar realidades. Ver os jovens formados pela CES retornando à comunidade, empreendendo e mantendo viva a tradição do Queijo da Canastra, é a maior prova de que fizemos a escolha certa.” — Destaca João Carlos Leite, presidente do Sicoob Sarom.

Os resultados desse projeto educacional são notáveis. Entre 2008 e 2024, mais de 100 alunos concluíram o ensino médio na CES e seguiram para a graduação, principalmente em cursos como Medicina, Administração, Arquitetura, Direito, Odontologia e Veterinária. Além disso, muitos jovens optaram por permanecer na região, fortalecendo a produção do tradicional Queijo da Serra da Canastra e impulsionando o empreendedorismo local.
O impacto positivo da CES inspirou o Sicoob Sarom a expandir essa iniciativa para outras comunidades. Assim, em 2013, surgiu o Movimento CoopEducação, com a missão de levar a educação cooperativista, empreendedora e financeira a escolas públicas e privadas nas regiões de atuação da cooperativa. Atualmente, o programa está presente em 17 municípios mineiros, conta com 120 escolas parceiras e já impactou mais de 44 mil alunos, além de ter realizado 1,1 mil horas de capacitação para mais de 2,2 mil professores, que hoje aplicam a metodologia. Seu sucesso tem ultrapassado fronteiras, servindo de referência para diversas organizações em todo o Brasil, que vêm incorporando o movimento em suas próprias iniciativas.
Trazer o Movimento CoopEducação para nossa escola foi uma das decisões mais acertadas que tomamos. A abordagem diferenciada, que alia educação cooperativista, empreendedora e financeira para os alunos de diversas idades, despertou neles um senso de protagonismo que antes não víamos. Eles começaram a enxergar oportunidades dentro da própria comunidade, a pensar em soluções para desafios locais e a entender o real valor da cooperação. Esse modelo de ensino não só fortalece a formação acadêmica, mas também prepara os jovens para a vida. Ver os alunos motivados e com novos horizontes nos dá a certeza de que estamos contribuindo para um futuro melhor”, afirma Milce Aparecida Batista, diretora de escola Estadual General Carneiro, localizada em São Roque de Minas.
Esse trabalho foi reconhecido nacionalmente em 2024, quando o Movimento CoopEducação foi premiado na 14ª edição do Prêmio SomosCoop Melhores do Ano, realizado pelo Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). O programa conquistou o troféu prata na categoria Cultura Cooperativista, reafirmando seu compromisso com a transformação social e o desenvolvimento das comunidades por meio da educação.
Clícia Dalla Rosa é professora referência da educação Integral da Escola Municipal João Pinheiro, em Poços de Caldas, compartilha sua experiência no programa quando atuava na Escola Municipal Wilson Hedy Molinari:
“Participar da capacitação do Movimento CoopEducação transformou profundamente minha prática pedagógica. Ao vivenciar uma abordagem inovadora que integra cooperativismo, empreendedorismo e educação financeira, percebi como é possível despertar nos alunos um forte senso de protagonismo e criatividade. A aplicação da metodologia fez com que minhas aulas se tornassem espaços dinâmicos de troca e colaboração, onde os estudantes aprendem a identificar oportunidades e buscar soluções para desafios reais, tanto na escola quanto na comunidade.”

Essa formação não apenas enriqueceu o conteúdo que leciono, mas também fortaleceu a autoconfiança dos alunos. O impacto foi tão significativo que muitos deles se tornaram empreendedores e seguem aplicando os conhecimentos adquiridos até hoje. Ver o engajamento e a evolução dos estudantes me enche de orgulho e reforça minha convicção de que investir em uma educação transformadora é investir em um futuro melhor para todos.
O Movimento CoopEducação ampliou esse impacto, levando nosso Modelo de Atuação para milhares de estudantes. Esse reconhecimento nacional reforça nosso compromisso em continuar investindo na educação cooperativista e no desenvolvimento sustentável das nossas comunidades.”* — conclui João Carlos Leite.