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Justiça suspende prisão de dois médicos do Caso Pavesi

Paulo Veronesi Pavesi tinha apenas 10 anos na época.

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Foi suspendida nesta sexta-feira,19, a expedição do mandado de prisão de dois médicos acusados de envolvimento na morte e retirada ilegal de órgãos da criança Paulo Veronesi Pavesi, nos anos 2000 em Poços de Caldas.

Os médicos José Luiz Gomes Silva e José Luiz Bonfitto haviam sido condenados a 25 anos e 10 meses de prisão em 2021, por homicídio qualificado por motivo torpe e por ter sido praticado contra menor de 14 anos. Apesar da condenação, ambos seguiam em liberdade. Na terça-feira, 19, após eles terem solicitado a anulação da condenação, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, negou esse pedido e ordenou a expedição de mandado de prisão dos dois médicos.

A defesa de um dos médicos recorreu desta decisão alegando que ela não poderia ser cumprida, visto que, ainda há recurso cabível no âmbito do próprio Tribunal de Justiça. O argumento foi aceito pela Justiça que suspendeu a expedição do mandado de prisão até que novos recursos ajuizados possam ser julgados.

Álvaro Ianhez teve a prisão mantida; ele foi condenado a 21 anos e 8 meses em regime fechado pelo mesmo crime e está preso desde maio de 2023.

 

Relembre o caso

No caso que chocou o país, Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, caiu da grade do playground do prédio onde morava em 19 de abril de 2000 e foi levado para o Hospital Pedro Sanches, em Poços de Caldas. Após ser transferido para a Santa Casa da cidade, teve os órgãos retirados com um diagnóstico de morte encefálica supostamente forjado.

 

A investigação iniciada pelo pai da vítima, Paulo Airton Pavesi, revelou irregularidades nas cobranças hospitalares e resultou no descredenciamento da Santa Casa para transplantes e remoção de órgãos em 2002. A história de Paulo Pavesi inspirou um livro lançado em 2014, “Tráfico de Órgãos no Brasil – O que a máfia não quer que você saiba”.

Outros envolvidos no caso foram denunciados, e alguns foram condenados, como Sérgio Poli Gaspar, Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes. A sentença contra esses três foi restaurada em setembro de 2021 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu que o crime de remoção de órgãos não deve ser julgado por júri popular.

Os médicos condenados negaram qualquer irregularidade nos procedimentos realizados no garoto.

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