Poços de Caldas tem registrado um aumento nos casos de bronquiolite, doença respiratória que afeta principalmente bebês de até 1 ano. Desde janeiro, 25 crianças já precisaram de internação. Em Minas Gerais, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), já são quase 2.300 casos neste ano, com média de 15 hospitalizações por dia — alta de 3,9% em relação a 2024.
A Secretaria Municipal de Saúde acompanha o cenário com atenção. “Temos observado aumento significativo de doenças respiratórias nas unidades de saúde e estamos atuando para garantir estrutura e profissionais, protegendo especialmente os mais vulneráveis”, afirma o secretário de Saúde, Luis Augusto de Faria Cardoso.
Em Poços, o número de internações por bronquiolite cresceu 317% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados apenas seis casos. Segundo a pediatra da Santa Casa, Dra. Daniela Guimarães, além do aumento, os quadros clínicos têm se mostrado mais graves. “Os casos começaram antes do previsto, ainda no verão. Já temos pacientes internados com evolução grave”, relata a médica. Ela alerta que o risco é maior entre bebês com menos de seis meses, especialmente os prematuros e os que não receberam medidas de prevenção.
O que é bronquiolite?
O infectologista Dr. Mário Krugner explica que a bronquiolite é causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que inflama os brônquios e dificulta a respiração. “Em casos graves, pode evoluir para pneumonia bacteriana, com necessidade de ventilação e até intubação”, afirma.
Sintomas e tratamento
Entre os sinais de alerta estão respiração acelerada, gemência, afundamento das costelas, irritabilidade ou prostração. “Quanto menor o bebê, maior o risco de piora rápida”, diz Dra. Daniela. A orientação é procurar atendimento médico imediato nos PSFs ou na UPA.
O tratamento é de suporte clínico, já que não há medicamento específico. Muitos casos exigem internação em UTI, com necessidade de oxigênio, ventilação mecânica e acompanhamento prolongado.
Prevenção
A bronquiolite é transmitida por gotículas respiratórias. Para evitar o contágio, a recomendação é evitar aglomerações, não expor bebês a locais fechados e manter o calendário vacinal em dia. “Vacinar contra a gripe, evitar contato com fumantes e não visitar recém-nascidos quando estiver doente são atitudes simples que protegem vidas”, reforça a pediatra.
Lembrando que a vacina da gripe está disponível nas 16 salas de vacinação do município para a população a partir dos 6 meses de idade.