O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação oficial, fechou fevereiro em 1,31%. É o maior resultado desde março de 2022, quando tinha marcado 1,62%, e o mais alto para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%).
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Os dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no acumulado de 12 meses, o IPCA soma 5,06%, o patamar mais alto desde setembro de 2023 (5,19%) e fica acima da meta do governo – de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, um intervalo de 1,5% a 4,5%.
Desde o início de 2025, o período de avaliação da meta é referente aos 12 meses imediatamente passados e não apenas o alcançado no fim do ano (dezembro). A meta só é considerada descumprida se estourar o intervalo de tolerância por seis meses seguidos.
Em janeiro, o acumulado de 12 meses ficou em 4,56%, ou seja, neste novo modelo de acompanhamento de meta, fevereiro é o segundo mês fora da tolerância.
Conta de luz
A alta da energia elétrica, de 16,8%, foi o que mais pressionou a inflação. Se o impacto da energia elétrica fosse retirado do cálculo, a inflação teria sido de 0,78%, o maior desde fevereiro de 2024 (0,83%).
O segundo grande peso de alta de preços em fevereiro foi a educação, que subiu 4,7%, representando impacto de 0,28%.
Uma das grandes preocupações atuais do governo, o preço dos alimentos desacelerou em fevereiro, ou seja, continuaram subindo, no entanto em menor velocidade. A alta ficou em 0,70% (impacto de 0,15 ponto percentual), ante 0,96% de janeiro (0,96%).
Os maiores impactos no grupo alimentos e bebidas foram o café moído, que subiu 10,77% (impacto de 0,06%) e o ovo de galinha, com alta de 15,39% e impacto de 0,04 ponto percentual. Em 12 meses, o café subiu 66,18%.
Cerca de 92% do resultado do IPCA de fevereiro estão concentrados em quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados: habitação, educação, alimentação e bebidas e transportes.
Resultado dos grupos
Educação: 4,70% (0,28 ponto percentual)
Habitação: 4,44% (0,65 p.p.)
Alimentação e bebidas: 0,70% (0,15 p.p.)
Transportes: 0,61% (0,13 p.p.)
Saúde e cuidados pessoais: 0,49% (0,07 p.p.)
Artigos de residência: 0,44% (0,01 p.p.)
Comunicação: 0,17% (0,01 p.p.)
Despesas pessoais: 0,13% (0,01 p.p.)
Vestuário: 0% (0 p.p.)
Principais impactos positivos de fevereiro
Energia elétrica residencial: 16,80% (0,56 p.p.)
Gasolina: 2,78% (0,14 p.p.)
Ensino fundamental: 7,51% (0,12 p.p.)
Ensino superior: 4,11% (0,07 p.p.)
Café moído: 10,77% (0,06 p.p.)
Aluguel residencial: 1,36% (0,05 p.p.)
Ovo de galinha: 15,39% (0,04 p.p.)
Ônibus urbano: 3,00% (0,03 p.p.)
Condomínio: 1,33% (0,03 p.p.)
Ensino médio: 7,27% (0,03 p.p.)
Etanol: 3,62% (0,02 p.p.)
Plano de saúde: 0,57% (0,02 p.p.)
Pré-escola: 7,02% (0,02 p.p.)
Principais impactos negativos de fevereiro
Passagem aérea: -20,46% (-0,16 p.p.)
Cinema, teatro e concertos: -6,96% (-0,03 p.p.)
Arroz: -1,61% (-0,01 p.p.)
Leite longa vida: -1,04% (-0,01 p.p.)
Batata-inglesa: -4,10% (-0,01 p.p.)
Banana-d’água: -5,07% (-0,01 p.p.)
Laranja-pera: -3,49% (-0,01 p.p.)
Óleo de soja: -1,98% (-0,01 p.p.)
O IPCA apura o custo de vida para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. A coleta de preços é feita em dez regiões metropolitanas – Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre – além de Brasília e nas capitais Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Fonte: Agência Brasil