Muzambinho possui cinco casos confirmados de raiva animal em menos de um mês. A situação na cidade é tratada como surto pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O órgão fará uma varredura no município na próxima semana em busca de capturar morcegos hematófagos, considerados os principais transmissores da doença.
Além das cinco confirmações, mais um caso suspeito está em análise na cidade. Com isso, na próxima sexta-feira (5), equipes do IMA estarão em Muzambinho para fazer a varredura em toda área do município.
Antes desta ação, na terça-feira (2), uma equipe de Belo Horizonte estará em Poços de Caldas, para treinar os agentes que vão atuar em Muzambinho.
“Vamos fazer um trabalho de varredura da região. Primeiro será feito um treinamento com o pessoal de Belo Horizonte, especializado nisso, para treinar a regional. Depois vamos a campo para fazer a parte prática e a varredura do local, já monitorando os abrigos cadastrados e fazendo a varredura da região para procurar novos abrigos”, destacou Luíza Aparecida da Silva, assessora técnica animal do IMA.
A assessora salientou as ações que serão realizadas durante a varredura em busca dos principais transmissores da doença.
“Os morcegos hematófagos são os principais transmissores da doença, não são os únicos, mas são os principais. É importante a gente fazer a identificação desses abrigos e, após localizá-los, a gente vai até o abrigo, faz a captura desses morcegos e faz a aplicação da pasta vampiricida, na intenção de diminuir a população desses morcegos. Com isso e junto com a vacinação dos animais realizada pelos produtores, a gente consegue baixar a incidência da doença”, disso Luíza.
Procura por vacinação
A vacinação contra a raiva em bovinos não é obrigatória, mas por conta do surto é recomendado que os produtores façam a imunização do rebanho. Devido ao surto em Muzambinho, houve uma corrida pela vacina, sendo que há até locais em que as doses chegaram a acabar.
“Essa semana foi bastante procurada a vacina e as doses que chegam, quase todas, já estão praticamente reservadas. Já pedimos novos lotes para atender os produtores”, falou o comerciante Alisson Sandi, que destacou que o estabelecimento vendeu, em julho, venceu 12 vezes mais do que o mês anterior.
As autoridades ressaltam que os produtores devem vacinar todos os bovinos, equinos, caprinos e ovinos contra a raiva, com reforço após 30 dias da primeira dose e revacinar anualmente.
Cães e gatos acima dos três meses de idade também devem ser vacinados contra a raiva, que é uma zoonose transmitida entre os animais e humanos e causa morte em praticamente todos os infectados.
O veterinário Rodrigo Cesar Felício explicou como identificar sinais de que os animais possam estar infectados pela doença.
“São sinais neurológicos, onde os animais começam a apresentar uma dificuldade de se locomover. Os membros posteriores são os primeiros e o animal vai apresentando dificuldade para andar, vai parando de se alimentar, para de beber água. Até ele ficar deitado, que é o estado que a gente chama de decúbito. Com o passar do tempo ele começa a babar e acaba morrendo. A vacinação é a única prevenção da raiva. A vacina demora 21 dias para começar a ter efeitos, por isso é importante sempre monitorar”, falou.
A Prefeitura de Muzambinho diz que os produtores que observarem sintomas neurológicos em seus animais devem isolá-los, não ter contato com a saliva e procurar um médico veterinário imediatamente.
Ao se tratar de morcegos, a orientação é para não tentar capturar o animal e acionar a Vigilância Sanitária para fazê-lo.
com informações do G1
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