As famílias brasileiras desembolsaram R$ 49,3 bilhões com materiais escolares em 2024, um aumento de 43,7% em relação aos últimos quatro anos, de acordo com pesquisa inédita do Instituto Locomotiva e QuestionPro. O levantamento revela que os gastos impactam o orçamento de 85% das famílias com filhos em idade escolar, sendo que um terço dos consumidores pretende parcelar as compras para o ano letivo de 2025.
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A pesquisa entrevistou 1.461 pessoas maiores de 18 anos em todo o país entre os dias 2 e 4 de dezembro. O estudo constatou que 90% dos pais de estudantes da rede pública e 96% da rede privada pretendem adquirir materiais escolares, como itens solicitados pelas escolas (87%), uniformes (72%) e livros didáticos (71%). O impacto no orçamento é mais evidente nas famílias de classe C, onde 95% reportaram sentir o peso financeiro das compras escolares.
As classes B e C concentram 76% dos gastos nacionais, com R$ 20,3 bilhões e R$ 17,3 bilhões, respectivamente. Regionalmente, o Sudeste lidera com 46% do total, seguido pelo Nordeste, com 28%. Para 38% dos entrevistados, os gastos têm grande impacto no orçamento familiar, enquanto 35% afirmaram que precisarão parcelar as compras. Na classe C, essa proporção sobe para 39%.
Fatores como inflação, custos de produção, frete marítimo e a alta do dólar influenciaram o aumento dos preços dos materiais escolares. Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), o aumento dos custos para 2025 deve variar entre 5% e 9%. A entidade sugere medidas como programas públicos de aquisição de material escolar, como os adotados no Distrito Federal e em municípios como São Paulo e Foz do Iguaçu, além da redução de impostos, que chegam a representar até 50% do valor de alguns produtos da lista escolar.