O Governo de Minas, por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), lançou o programa Futuro no Campo.
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A permanência dos jovens no campo e sua sucessão na agricultura familiar são essenciais para a produção de alimentos e a continuidade das atividades agrícolas no Brasil. O programa Futuro no Campo quer estimular o protagonismo dessa parcela da população e apoiar os processos de sucessão.
O governador em exercício lembrou que dificuldades em manter as famílias a partir da produção acaba afastando os filhos de alguns pequenos agricultores do meio rural. O programa vai oferecer capacitações em gestão de empreendimentos, cooperativismo, comercialização e inclusão digital, fortalecendo o protagonismo e a permanência dos jovens no campo.
Os cursos serão oferecidos em formato híbrido (presencial e virtual). O jovens selecionados contarão com acompanhamento técnico mensal da Emater-MG. Em 2025, o Futuro no Campo vai atender 500 jovens e vai abranger os projetos Jovens do Café, Jovens do Leite e Jovem Empreendedor Rural (Olericultura, Fruticultura, Apicultura e Avicultura de Postura).
Poderão participar pessoas com idades entre 16 e 29 anos, agricultores ou filhos de agricultores familiares, produtores rurais que estejam enquadrados no processo familiar de produção rural.
O edital será voltado para ações de fomento, como notebooks, sementes, mudas, adubos, equipamentos. Cada jovem poderá se inscrever em um único projeto.
Cenário em Minas
De acordo com o Censo Agropecuário 2017 (IBGE), pessoas com mais de 65 anos representam 21,4% dos moradores de áreas rurais, sendo que em 2006, quando foi realizado o último levantamento, representavam 17,52%.
Já a população com idade entre 25 anos e 35 anos, são 9,48% do contingente, bem abaixo dos 13,56% do censo anterior.
“Nós estamos com o campo envelhecido, conforme os dados do Censo Agropecuário, e precisamos incentivar os jovens a assumirem as propriedades e ver atratividade no trabalho rural”, salientou o diretor-presidente da Emater-MG, Otávio Maia.
O anuário 2023 da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), feito em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que a redução da população rural no país é um fenômeno que afeta principalmente os mais jovens e está ligado à falta de perspectivas de trabalho e estudo no campo.
A população com idade entre 18 e 59 anos, considerada apta para o trabalho, diminuiu em quase 1 milhão de pessoas de 2012 a 2022. Em 2010, cerca de 7,6 milhões de jovens nessa faixa etária viviam no campo. Já em 2022, o número caiu para aproximadamente 6,4 milhões.
Fonte: Agência Minas