Funcionários dos Correios de Minas Gerais fizeram, nesta terça-feira (18), uma manifestação pelas ruas de Belo Horizonte. A concentração ocorreu por volta das 11h na praça da Estação, e a categoria seguiu em passeata até a sede dos Correios, localizada na avenida Afonso Pena. O movimento segue a paralisação nacional dos funcionários, aprovada nessa segunda-feira (17). Nem o sindicato da categoria, nem os próprios Correios divulgaram um balanço da paralisação dos serviços, mas as entregas podem ser afetadas. Por enquanto, funcionários das agências dos Correios de Poços de Caldas ainda não participam do movimento.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect-MG), Robson Silva, o motivo da paralisação nacional é a retirada de direitos dos funcionários do Acordo Coletivo de Trabalho por parte da Diretoria dos Correios. “Eles querem retirar 70 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho dos trabalhadores que vai levar a uma perda na sua remuneração de até 60%. Então, por isso que nós estamos em greve, que é por tempo indeterminado”, disse.
O presidente do Sintect-MG afirma que cerca de 2.500 pessoas participaram da manifestação desta terça-feira. A greve teve início às 22h dessa segunda-feira (17). A decisão ocorre em confluência com o posicionamento anterior de 35 outras entidades que representam os trabalhadores da estatal no país, que haviam aprovado indicativo de paralisação.
Por meio de nota, os Correios afirmaram que ainda estão fazendo o levantamento de quantas unidades foram afetadas pela paralisação. Disseram ainda que “não pretendem suprimir direitos dos empregados e que a empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques”.
Na nota, os Correios também pontuam que, “no momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional”.
Por fim a empresa afirma que “a diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais”. Já as reivindicações da categoria, por sua vez, “custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019”. A estatal classificou a proposta como “impossível de ser atendida”.
Leia a nota dos Correios na íntegra:
Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques em anexo que comprovam tais afirmações.
Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.
No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional.
Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.
A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.
Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.
Fonte: O Tempo
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