ONDA POÇOS

FORÇA JOSÉ AUGUSTO | Jovem em tratamento de câncer conta como está enfrentando a doença

José Augusto descobriu a doença em maio deste ano (Foto: Arquivo pessoal)

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Um jovem poços-caldense, de 26 anos, que faz tratamento de leucemia, está precisando de doação de sangue. José Augusto de Oliveira, descobriu a doença em maio deste ano após uma bateria de exames.

“Há algum tempo meu corpo vinha apresentando algumas disfunções e comecei a investigar. Uma bateria de exames foi feita e o diagnóstico do meu câncer foi confirmado no dia 12/05/2020 (Cabe aqui uma ressalva: não foi algo que eu fiz ou o que eu deixei de fazer o fator gerador da minha doença). Desde então o hospital virou minha segunda casa e chega a ser irônico para um rapaz que nunca gostou de estar em um ambiente hospitalar”, disse o jovem em uma carta encaminhada ao jornalismo da Onda Poços.

José Augusto ainda terá que passar por várias fases de quimioterapia antes do transplante de medula óssea previsto para o ano que vem.

“Não tenho medo de nenhuma dor… Tenho medo de não me curar! Estou enfrentendo com muito otimismo todo este caos. Claro, eu choro! Sou humano. Não tem sido dias fáceis mas eu escolhi viver! Tenho meus sonhos pra conquistar! Vou lutar até o fim!”, relatou.

O paciente ainda está usando sangue em estoque da unidade da Fundação Hemominas da cidade, por isso precisa de mais doações tanto para ele, quanto para repor as bolsas utilizadas.

“Fiz uma conta rápida aqui e percebi que nos últimos 38 dias eu fiz 18 transfusões (ou seja, uma média de 1 bolsa de sangue a cada 2 dias). Não preciso dizer da importância da doação de sangue, né?! Sou um entusiasta dos pequenos gestos e sempre gostei de ser doador enquanto saudável! Hoje eu sou um receptor! Doar sangue salva vidas! Tá salvando a minha! Solidariedade “na veia” rs!”, disse o José Augusto.

Leia a carta em que o jovem relata como está lidando a doença

Há alguns dias venho pensando em escrever um texto no qual compartilharia um pouco da minha visão sobre este momento que estou passando. Caí de paraquedas nesta situação e agora as coisas estão começando a ficar mais claras. Vamos lá?!

Sempre achei as analogias uma boa maneira de explicar as coisas, de torná-las mais didáticas. Portanto vou usá-la. O câncer é como uma guerra, que dura meses ou anos e é composta por várias batalhas (são as sessões de quimioterapia e radioterapia). Há neste meio o combatente (o paciente) que está diretamente no campo de batalha enfrentando os medos, as dores e as incertezas do processo! Há também os soldados que, embora não estejam diretamente no campo, exercem fundamental papel pro sucesso e pra vitória. O apoio e o carinho da família e dos amigos é tão importante quanto o trabalho dos soldados da logística e das comunicações, por exemplo. O combatente precisa saber que pode contar com essa rede de suporte e que tem todo um trabalho por trás para ampará-lo.

Há algum tempo meu corpo vinha apresentando algumas disfunções e comecei a investigar. Uma bateria de exames foi feita e o diagnóstico do meu câncer foi confirmado no dia 12/05/2020 (Cabe aqui uma ressalva: não foi algo que eu fiz ou o que eu deixei de fazer o fator gerador da minha doença). Desde então o hospital virou minha segunda casa e chega a ser irônico pra um rapaz que nunca gostou de estar em um ambiente hospitalar. Não obstante o susto, eu pensei comigo: “EU SOU MUITO NOVO E EU QUERO VIVER”.

Estar num setor de oncologia com outros pacientes (a maioria em tratamentos paliativos) me ensina muitas coisas. Estar próximo da morte me faz repensar a maneira de viver e o significado que dou pra minha vida! Sem dúvidas, é um choque emocional muito grande… de fato é um desafio lidar com tudo isso!

Além do impacto emocional, a quimioterapia traz consigo várias reações agressivas pro corpo físico. Queda dos pêlos, emagrecimento (perdi cerca de 5 kg em um mês), fraquezas extremas, ânsias e vômitos, febre, organismo desregulado, soluços, imunidade baixa, entre outros. E isso é bem, bem chato! Ademais, tem uma infinidade de exames que é necessário fazer e medicamentos pra tomar… É muito cansativo, mas faz parte do processo de cura!

Vale destacar uma curiosidade… Fiz uma conta rápida aqui e percebi que nos últimos 38 dias eu fiz 18 transfusões (ou seja, uma média de 1 bolsa de sangue a cada 2 dias). Não preciso dizer da importância da doação de sangue, né?! Sou um entusiasta dos pequenos gestos e sempre gostei de ser doador enquanto saudável! Hoje eu sou um receptor! Doar sangue salva vidas! Tá salvando a minha! Solidariedade “na veia” rs!

Pra finalizar, não tem como não falar sobre o SUS. Este sistema, apesar de todos os inúmeros defeitos, deve ser olhado por todos os brasileiros como uma grande conquista (e nos orgulharmos disso). Muita gente reclama do SUS mas não vê que a demanda é alta e os recursos não chegam como deveriam para os hospitais. Eu vejo – ninguém me conta – que os excelentes profissionais de saúde estão sofrendo, tendo seus salários e condições de trabalho se deteriorando, mas não vejo a maioria dos políticos abrirem mão de seus benefícios, de suas regalias, dos fundos eleitorais e partidários. A maioria deles são despreparados e mal-intencionados para exercerem seus cargos! Deveriam ser nosso exemplo mas o que eu sinto é vergonha! Infelizmente o “câncer” do Estado é a corrupção e a ineficiência! Devemos, enquanto cidadãos de bem, eleger políticos honestos e fiscalizá-los, exigir sua constante capacitação e participar mais ativamente da construção da sociedade que tanto sonhamos. Não podemos também nos esquivarmos de nossas responsabilidades! Tenham a certeza que está nascendo um defensor do SUS e de um Estado gerido de forma eficiente, responsável e transparente!

Não tenho medo de nenhuma dor… Tenho medo de não me curar! Estou enfrentendo com muito otimismo todo este caos. Claro, eu choro! Sou humano. Não tem sido dias fáceis mas eu escolhi viver! Tenho meus sonhos pra conquistar! Vou lutar até o fim!

Um fraterno abraço

José Augusto de Oliveira.

Doação

Quem puder doar, pode agendar pelo telefone 155 (opção1) ou através do número 2101-9300. A unidade está localizada na Av. José Remígio Prézia, n°303- Jardim dos Estados.

A Fundação Hemominas adota como critérios básicos para avaliar quem se encontra ou não apto a doar sangue aqueles estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgãos responsáveis pela legislação nacional de hemoterapia. Além desses, a Hemominas observa outros critérios, fundamentados em literatura nacional e internacional, visando à proteção e segurança de doadores e receptores.

Pessoas entre 16 e 69 anos em boas condições gerais de saúde, que pesam acima de 50 kg. Essas pessoas devem ainda possuir  estilo de vida saudável e não se expor a situações com risco acrescido para aquisição de doenças infecciosas e sexualmente transmissíveis. Mulheres, mesmo se menstruadas ou em uso de anticoncepcionais.

Quem não pode doar?

Há várias situações que impedem a doação de sangue definitiva ou temporariamente. Entre elas, o peso, algumas doenças, medicamentos, gravidez, uso de drogas injetáveis, situações de risco acrescido para doenças infecciosas  e sexualmente transmissíveis, ingestão de bebidas alcoólicas etc.

Clique aqui para conferir condições e restrições para doação.

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