ONDA POÇOS

DIA MUNDIAL DA FOTOGRAFIA| Fotógrafos e sensibilidade para engrandecer os registros

Foto: Giulianne Martins

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Um click, um fotógrafo, uma pessoa, paisagem, objeto, e a essência. Assim nascem muitas fotografias capazes de despertar inúmeras emoções, tanto para quem as registra quanto para quem está ali diante sendo fotografado. No Dia Mundial da Fotografia celebrado nesta quinta-feira,19, o jornalismo da Onda Poços conversou com dois fotógrafos, a Giulianne Martins e o  Léo Felipe.  Giulianne conta que a fotografia entrou em sua vida aos 14 anos, quando ganhou uma câmera. Viu naquele equipamento, uma maneira de se expressar e até mesmo de se refugiar das crises que sofria de ansiedade e depressão. A arte foi buscada por Giulianne, para lhe ajudar a lidar com estas questões. A fotógrafa relata que primeiro veio a escrita e em seguida a fotografia. Um mergulho no passado, faz Giulianne revelar que a fotografia sempre esteve em sua vida. “Quando eu era pequena eu gostava de brincar de olhar para um cisquinho no chão e pensar que se ele soubesse que eu estava olhando para ele, se sentiria especial. E eu também porque com esse monte de pessoas no mundo ninguém nunca olhou para ele por tanto tempo que nem eu, eu ficava um minuto. Isso para mim é fotografar. Fotografia é olhar para as coisas com presença, tornar grandioso o que muitas vezes não é visto, tanto pequenos cisquinhos que a gente consegue tornar algo grande quanto questões maiores”, relata Giulianne.
O laço com a fotografia foi selado mesmo quando fotografou pela primeira vez uma feira e notou o poder que tinha em mãos, de registrar coisas, pessoas que estão em nosso cotidiano construindo o país, nossa histórias e que não são vistas. “Mas a partir do momento que eu fotografo estas pessoas, as outras vão olhar para elas. É poder de levar mensagem para que as pessoas olhem pessoas e para questões que precisam ser vistas. Acredito muito na fotografia além de uma ferramenta de cura tanto para mim quanto para as pessoas que fotografo, e também acredito na fotografia como um grande instrumento político, como arma político-social que mostra o que precisa ser visto e transmite vozes que precisam ser ouvidas. É a forma que eu tenho de expressar o que tem dentro de mim para o mundo e de transmitir como eu enxergo essa vida”, conta.
O olhar fotográfico de Giulianne pode ser conferido aqui.
A fotografia entrou na vida de Léo no primeiro ano da faculdade de jornalismo quando seu tio também fotógrafo, lhe presenteou com uma câmera que era usada por ele. Léo era o primeiro da família a cursar o ensino superior o que era motivo de orgulho para a família. Mas não foi logo de cara que resolveu mergulhar nesse universo. Foi no último ano da faculdade quando o seu trabalho de conclusão de curso abordou sobre o fotojornalismo da moda afro-brasileira que teve o interesse despertado para a fotografia. Formado, Leo se via sem emprego na sua área de formação, apesar de ter um projeto fotográfico de sucesso.

A inspiração para se dedicar mesmo como fotógrafo veio quando soube que Beyoncé seria capa da revista Vogue e que havia convidado um fotógrafo negro de apenas 23 anos para clicá-la, em 120 anos de revista, a conquista Tyler Mitchell representava muito. Leo decidiu começar e criou o projeto de fotografia documental Toda Alma e Raiz com o objetivo de registrar a beleza e o cotidiano de pessoas negras, seja o cotidiano periférico ou de praia. “Esse projeto surgiu num momento de crise da minha vida, tudo que eu fotografava eu não gostava. Admiro muito um fotógrafo da Bahia chamado Renan Benedito que faz fotografia documental, e pensei que talvez o estilo de fotografia que eu estava fazendo é que não estava me agradando e pensei em fazer fotografia documental. Foi quando caminhando pelo bairro São José, vi uma senhora tomando cerveja no muro da casa dela e vi que daria uma bela foto. Pedi para uma amiga pedir para ela, e fiz a foto”, conta

Foto: Léo Felipe

 

“Descendo a rua, vi uma moça dentro da casa dela trançando o cabelo de outra. Comecei a fazer isso. Trabalhar com fotografia documental que é um estilo diferente, são cores mais cinematográficas não são fotos posadas, são de jornalismo puro. Famosos começaram a compartilhar meu trabalho como Emicida, Titi Müller, Marcelo Adnet, tive muita visibilidade que possibilitou diversas entrevistas inclusive internacionais”, relata.

O olhar fotográfico do Leo pode ser conferido aqui.

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