1º de maio, data em que é celebrada como Dia do Trabalhador em diversos países do mundo. Tudo começou em 1886 em uma manifestação de trabalhadores que saíram as ruas de Chicago, nos Estados Unidos para reivindicarem a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. No Brasil a data foi reconhecida em 1925 pelo presidente Artur da Silva Bernardes. Para falar sobre a data, o jornalismo da Onda Poços convidou o historiador Wellington Rafael e o economista Leandro Morais para trazerem suas análises.
“No governo de Getúlio Dornelles Vargas temos a criação de um estofo burocrático brasileiro. O Ministério do Trabalho é uma das primeiras ações que ele tem já no início, assim que chega ao poder em 1930. Em um período entre 1930 e 1932 o ministério é criado juntamente com Lindolfo Collor (avô do ex-presidente Fernando Collor), sendo este um dos primeiros a romper com o governo por discordâncias. Em dado momento o Dia do Trabalhador se torna um grande acontecimento em que Vargas fazia um discurso laudatório do trabalho, com seu famoso bordão: trabalhadores do Brasil!; um grande evento que reunia massas em que, a cada ano ele apresentava um ganho trabalhista. Em 1943 Getúlio Vargas reúne todas essas leis na CLT, se tornando a consolidação das leis trabalhistas”, explica o historiador Wellington Rafael.
O historiador ainda comenta sobre os direitos trabalhistas nos momentos atuais. “Há um ditado que diz que o preço da liberdade é a eterna vigilância. No Brasil, especificamente desde o governo Temer estão surrupiando às escuras, às claras, às abertas os direitos dos trabalhadores. E este atual governo foi voraz nesse sentido, destruindo um ministério clássico, que é o Ministério do Trabalho. Este que possui uma necessidade burocrática que não cabe onde foi colocado. Não ajudando patrões, não criando empregos, não fazendo bem para trabalhadores. Uma atitude que não serve para absolutamente nada. E que diz aos trabalhadores do Brasil como na música Comportamento Geral de Gonzaguinha”, analisa.
VISÃO ECONOMICA
Para o economista Leandro Morais, nesta data uma reflexão é válida. Segundo o economista não há muito a se comemorar, tendo em vista que não existe um Ministério do Trabalho e Emprego. ” Isso mostra a falta de importância que o atual governo dá em relação a esta questão. Também algumas medidas que foram tomadas no sentido de ampliar a precarização do mercado de trabalho junto com um movimento internacional de mudanças tecnológicas que são irreversíveis e que também trazem o problema do desemprego tecnológico em conta, junto com a pandemia que elevou o nível de desemprego por todo o mundo, por todo o país, então não temos muito a comemorar neste primeiro de maio nesta questão”, explica.
O economista também comentou sobre a visão positiva desta mesma tecnologia. ” A própria tecnologia que desemprega também cria novos empregos, então isso deve ser observado, quais os empregos que serão gerados, quais trabalhos serão gerados nos próximos tempos face estas mudanças tecnológicas para que através de uma união entre governos, empresas, universidades, entre os estudos de pesquisas possamos preparara o melhor cenário para inserir estas pessoas desempregadas”, analisa.
GERAÇÃO NEM-NEM
Ainda segundo o economista, sobre os jovens, a pandemia, desemprego e a falta de perspectiva também trazem um olhar um pouco pessimista. Segundo Leandro, dados apontam um aumento do que se chama de geração nem-nem, uma geração que nem estuda e nem trabalha devido a pandemia. ” Isso é um problema socioeconômico que os governos devem estar atentos, mas por outro lado também na tentativa de um balanceamento entre visões pessimistas e otimistas, usar estas novas tecnologias para gerar trabalho e inserir potencialmente estes jovens que são muito mais alinhados com as tecnologias do que as gerações anteriores”, pontua.
SALÁRIO MÍNIMO
Para o economista, o salário mínimo de R$1.045 está num valor aquém do necessário para atender toda a demanda constitucional de uma família. “Constitucionalmente criado teria que atender o que a própria constituição federal diz que fosse um valor condizente a capacidade de atender as necessidades de moradia, transporte, alimentação, saúde, cultura, de uma família, é claro que o atual contexto sobretudo num momento onde os preços aumentam, os preços dos bens, dos serviços em geral aumentam, o valor está aquém”. explica.
Mas ainda segundo o economista, feliz de quem ainda tem um salário mínimo e finaliza com a reflexão de que o mundo e o mercado de trabalho estão em mudança e que como a pandemia trouxe impactos negativos, por outro lado, também acelerou algumas mudanças. ” A grande questão é governos, universidades, empresas, sociedade, precisam se debruçar um pouco mais sobre esta temática no sentido de clarear as perspectivas, no sentido de clarear as cenários, em prol de criação de trabalho, de emprego de renda aumentando portanto a possibilidade e a potencialidade no que diz respeito a inserção sócio laboral”, finaliza.
Receba as notícias através do grupo oficial do jornalismo da Onda Poços no seu WhatsApp. Não se preocupe, somente nossos administradores poderão fazer publicações, evitando assim conteúdos impróprios e inadequados. Clique no link abaixo:
https://chat.whatsapp.com/G8amKdctVs53YzKYgyAtMh