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CURIOSIDADE | Há dois anos acontecia o eclipse lunar mais longo do século 21, físico comenta sobre este fenômeno

Foto: Luciano Pedrilio

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No dia 27 de julho de 2018, a Terra testemunhava o eclipse lunar mais longo do século 21. O fenômeno na fase total durou uma hora e quarenta e dois minutos e na fase parcial durou quase quatro horas, e pôde ser visto aqui do Brasil. A posição da Terra e do Sol, na ocasião resultaram em um tom avermelhado do satélite, fato que ganhou o nome de Lua de Sangue. E para falar sobre este assunto, o jornalismo da Onda Poços conversou com o professor da Unifal campus Poços de Caldas, Cássius Anderson Miquele de Melo, físico com mestrado em Fundamentos de Mecânica Quântica e doutorado em Gravitação e Cosmologia.

“Os eclipses lunares são eventos bastante comuns, mais do que os eclipses solares e são causados por um alinhamento entre o planeta Terra, o Sol e a Lua. Como a Lua gira em torno da Terra e esse ciclo lunar em torno da Terra dura aí cerca de 20 e poucos dias, isso nos garante que em algum lugar do mundo deve estar acontecendo um eclipse pelo menos dentro de um período de um mês. Então a gente pode dizer assim que todo mês praticamente ocorre um eclipse, porém muitas vezes em locais em que não é possível se visualizar, a maioria das vezes ele acaba acontecendo no meio do oceano, numa região que não tem uma boa visibilidade”, explica Cássius.

Umbra e Penumbra

O físico também explica sobre o fenômeno Umbra e Penumbra. “O alinhamento entre a Terra, o Sol e a Lua faz com que a Terra projete uma sombra no espaço. Essa sombra é o lado noturno da Terra, a noite na Terra e essa sombra tem duas áreas principais: uma mais escura que nós chamamos de umbra e a outra um pouco mais clara que nós chamamos de penumbra. Esse fenômeno Umbra, penumbra também é razoavelmente comum.  Pode ser observado facilmente quando se tem duas fontes de luz por exemplo, numa mesma sala e aí você consegue enxergar uma sombra de um objeto mais escura e uma outra sombra daquele mesmo objeto um pouco mais clara”, afirma.

Ainda de acordo com Cássius, no caso do eclipse lunar essas duas sombras não causadas por termos dois focos de luz, temos uma única fonte de luz que é o Sol, mas a Terra tem um formato arredondado e essa curvatura da Terra é que acaba funcionando como espécie de lente e causa o efeito da Umbra e a Penumbra.

Duração de um eclipse

Cássius também explica que o tempo de duração de um eclipse varia com diversos parâmetros, um deles é o ponto em que a Lua está na sua órbita. “A órbita da Lua não é perfeitamente redonda, mas varia principalmente com o ponto de observação em que você está na Terra, então as vezes você consegue observar a Lua de um ponto que você pega todo o caminho dela entrando na Penumbra depois passando pela Umbra, depois saindo novamente e uma zona de penumbra do outro lado e por fim terminando  e isso leva você a ter eclipses mais longos. Quando você tem a lua passando só pela zona de penumbra, do seu ponto de vista aqui na Terra, esse eclipse parece ser mais curto”, diz.

Eclipses vistos de Poços de Caldas

O eclipse lunar de 2018 pôde ser visto de Poços de Caldas, e uma das pessoas que registraram o momento foi o fotógrafo Luciano Pedrilio, usando uma Canon 60D e uma Nikon superzoom. Imagem que é usada nesta reportagem.

Segundo o físico Cássius, neste ano de 2021 já tivemos eclipses vistos daqui de Poços de Caldas, e quem não viu, ainda pode tem mais duas chances, uma em novembro e outra em dezembro, em ambos os casos será possível vê-los em um horário bem cedinho, um pouco antes do nascer do Sol.  Cássius ainda comenta que o último eclipse que aconteceu em maio não teve uma visualização muito boa por ter ocorrido por volta das 06h da manhã quando o Sol já estava começando a nascer e isso atrapalha a perceber o efeito do eclipse. “Além disso, foi eclipse de penumbra, em que a Lua não escurece tanto, ela aparece só um pouco mais avermelhada, um pouco mais apagada que o usual”, conta.

Diferença entre Eclipse Solar e Lunar

Outro ponto abordado por Cássius foi a diferença entre o eclipse solar e o lunar. O físico explica que no caso do lunar, a Lua não desaparece, simplesmente fica mais escura. “Você vê uma sombra mais escura sobre ela, mas você ainda consegue ver a Lua. No caso dos eclipses solares quando a Lua passa na frente do Sol, aí sim você vê o Sol desaparecer ou um pedaço dele caso seja um eclipse parcial, ou ele desaparece por completo se for um eclipse total. E um terceiro caso interessante também tanto eclipse solar quanto o lunar, é o chamado eclipse anelar ou anular, nesse caso, por conta da órbita ser elíptica, as vezes a Lua está um pouco mais distante da Terra e não consegue tapar completamente o Sol e você vê uma linha brilhante entorno da Lua, no caso do eclipse solar. No lunar acontece ao contrário, é possível ver uma sombra escura na região central da Lua e é possível vê-la brilhando apenas na borda, esse sem dúvidas é um dos eclipses mais bonitos que tem para se ver”, conclui.

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