A Ucrânia amanheceu sobre ataques vindos da Rússia nesta quinta-feira,24. Segundo a Polícia ucraniana desde o começo do dia foram 203 ataques. Segundo a Ucrânia, 64 pessoas sendo civis e militares morreram. O presidente da Rússia, Vladimir Putin anunciou a ‘Operação Militar Especial’ na madrugada desta quinta-feira e ainda mandou um recado para quem tentar interferir, disse que sofrerá consequências nunca vistas na história.
O jornalismo da Onda Poços conversou com o professor Péricles Pedrosa Lima que é também coordenador do Curso de Relações Internacionais da PUC Minas Poços de Caldas. Segundo Péricles, existem dois caminhos para entender o que está acontecendo.
“O primeiro no aspecto macro, num aspecto maior seria o avanço das forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que foi criada em 1949 logo após a 2 guerra Mundial em que os países liderados pelos Estados Unidos criam essa organização para conter o avanço do comunismo no leste da Europa. Nós estamos falando do momento de Guerra Fria 1949 em que a Rússia liderada pelo Stalin, avançava no leste da Europa. Com o fim da Guerra Fria em 1991, o fim da bipolaridade entre comunismo e capitalismo, a dissolução da União Soviética, era esperado que a Otan também desaparecesse porque o seu objetivo principal que é conter o comunismo não existia mais, mas isso não foi o que nós vimos. A Otan permaneceu e mais, liderada pelos Estados Unidos, ela continuou com o avanço sobre as Ex-Repúblicas Soviéticas e hoje a Otan está presente em 14 das Ex-Repúblicas Soviéticas”, explica.
Os 20 anos de Putin no poder
O coordenador comenta a chegada de Putin ao poder, há 20 anos. “Um ex-agente da KGB, um homem que foi criado dentro da Guerra Fria, ele não quer que a Otan avance sobre outros territórios que pertenceram a União Soviética, outros territórios, outras Repúblicas que são satélites ainda de Moscou. E a questão da Ucrânia, é uma questão que não é novidade porque já aconteceu há alguns anos com a Geórgia que é uma outra República da Ex-União Soviética e que a tática do Putin está sendo exatamente a mesma; dar apoio a regiões separatistas destas Repúblicas, no caso agora temos duas regiões separatistas na Ucrânia. Então o Putin reconhece estas regiões separatistas que são pró-Moscou, ele dá apoio a estes separatistas e na nesta madrugada ele entra dentro destas regiões separatistas para dar apoio a estes líderes que querem separar da Ucrânia”, pontua.
Péricles finaliza trazendo o aspecto prático da situação. De acordo com o coordenador, Putin quer dividir a região que ele quer tornar a Ucrânia assim como tornou a Geórgia, estados não atraentes para o Ocidente e nem para a Otan. “Ele já vem há meses colocando para o Ocidente que ele não quer as tropas da Otan na vizinhança da Rússia. Como esse avanço não parou, Como os Estados Unidos e os demais países da Europa não aceitaram as colocações do Putin, ele avança com seu projeto de desmembrar apoiando estes territórios autônomos desmembrar e tornar a Ucrânia um estado não atrativo para o Ocidente e Otan”, diz.
Posicionamento do Brasil
O vice-presidente Hamilton Mourão disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira, que o Brasil não concorda com a invasão da Ucrânia. Até o momento desta publicação, o presidente Jair Bolsonaro ainda não havia se manifestado sobre o assunto.
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