No Brasil, acontecem 13 casos de feminicídio por dia, oito têm como vítimas mulheres negras, ou seja, 60,5% de acordo com o Atlas da Violência de 2019. O serviço do governo do Estado de São Paulo – a Central de Atendimento à Mulher –, pelo telefone 180, aponta que, em 2018, 60% das mulheres que relataram casos de violência doméstica eram negras. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2018 revelam que no Brasil 5,7 milhões de mulheres executam trabalho doméstico, destas 3,9 milhões são negras, ou seja, são 68,42% da força de trabalho doméstico no Brasil.
Escrito pela formanda de Jornalismo, Lethycia Costa, Ubuntu é um livro-reportagem que narra histórias reais que vão ao encontro dos dados estatísticos apresentados nas pesquisas. São histórias de mulheres negras que desde criança enfrentaram obstáculos ligados ao racismo estrutural e institucional para alcançarem seus objetivos e, hoje, cada uma na sua área, participa de iniciativas e projetos para mudar a realidade de outras que virão.
“Ubuntu é uma expressão de origem africana e significa ‘eu sou porque nós somos’ e isso tem muito a ver com a minha vida e com a de muitas mulheres negras”, explica Lethycia. A escolha do termo Ubuntu reflete a trajetória traçada por mulheres que prepararam caminhos e por isso essa obra não poderia ter outro nome. “Se hoje estamos onde estamos, é porque outras mulheres negras vieram antes e abriram caminho para nós”, conclui Lethycia.
O livro de Letícia foi apresentado na semana passada e aprovado pela banca, será lançado na Amazon no dia 20, dia da Consciência Negra.
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