O Índice de Situação Recente (ISR) ficou em 99 pontos, 4 abaixo se comparado a setembro, indicando que a percepção dos donos de pequenos negócios em relação à situação econômica nos últimos três meses foi de estabilidade. Já o Índice de Situação Esperada (ISE) teve uma queda de 10 pontos em relação a setembro, fechando em 137, mas ainda assim indicando otimismo de que a situação econômica melhore.
O setor mais confiante em outubro foi a Construção Civil, registrando 132 pontos. A indústria registou 125 pontos, o Comércio 124, e o setor de Serviços registrou 123 pontos. A variação mais acentuada foi a do setor de Serviços, com queda de 9 pontos em relação ao mês anterior.
A pesquisa também mostrou que todos os grupos por porte apresentaram diminuição da confiança, sendo a mais significativa entre os Microempreendedores Individuas (MEI), com queda de 10 pontos, registrando 121. A confiança da Microempresa (ME) diminuiu 5 pontos, registrando 127, e a das Empresas de Pequeno Porte (EPP) caiu 8 pontos, registrando 133. Todos os portes também tiveram queda nos ISR e ISE.
Análise
A tendência de aumento da atividade econômica pode ser efeito do PIB divulgado em setembro, que indicou uma taxa de crescimento acima da esperada para o 2º trimestre, com avanços significativos tanto no consumo quanto no investimento. O mercado de trabalho também seguiu em expansão. Outro acontecimento positivo foi a melhora dos gargalos de abastecimento dos produtos, com as cadeias de suprimento se estabilizando, além de uma acomodação dos preços das principais commodities no período recente, favorecendo a produção industrial.
A analista do Sebrae Minas Izabella Siqueira chama a atenção para a influência decisiva das eleições no cenário atual da economia. “A coleta dos dados foi iniciada em 3 de outubro, um dia depois do 1º turno das eleições presidenciais, o que pode ter influenciado a queda no nível de confiança dos pequenos negócios no período. A menor confiança demonstrada pelo Iscon indica um cenário de incerteza dos empresários quanto aos rumos políticos e econômicos brasileiros, especialmente devido à queda do indicador de situação esperada, que foi muito mais acentuada do que a queda do indicador de situação recente”, explica Izabella.
A analista do Sebrae Minas também chama a atenção para os impactos das altas de preços. “O cenário inflacionário segue desafiador no Brasil e no exterior. No Brasil tem havido redução de preços administrados, principalmente devido à queda de impostos e à redução de preços de combustíveis no mercado internacional. Também houve uma queda incipiente de preços de produtos industriais. No entanto, a inflação ao consumidor segue elevada”, destaca.
Segundo Izabella Siqueira, apesar da queda significativa em outubro, o Iscon ainda indica uma expectativa de melhora na economia e nas próprias empresas. “A economia, é bom ressaltar, tem apresentado uma retomada”, avalia.
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