As chances de morrer vítima da covid-19 em pessoas não vacinadas chegam a ser cinco vezes maiores que as de quem tomou a primeira dose de reforço (terceira dose) da vacina contra a doença. O alerta foi feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (24/6). Na oportunidade, foram apresentados dados sobre a situação da pandemia no estado, das demais doenças respiratórias e das campanhas de imunização.
Hoje, o total de casos confirmados em Minas Gerais é de 3.572.319 desde o início da pandemia, em março de 2020. De lá para cá, 62.015 pessoas morreram por causa do coronavírus. Segundo o boletim apresentado nesta sexta-feira, nas últimas 24 horas foram 14.029 casos confirmados e 99 óbitos. De acordo com o secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, hoje ainda há dados represados por conta do feriado prolongado de Corpus Christi, na semana passada e também por causa da instabilidade no sistema do Ministério da Saúde, que chegou a ficar fora do ar.
“Temos um aumento de casos de covid-19, mas muito longe do que vivenciamos em janeiro e fevereiro com a ômicron. Vamos lembrar que estamos vivendo, de novo, um aumento de casos da sazonalidade, mas vinculados à ômicron ou alguma subvariante dela, mas nossa curva de óbitos ainda é muito baixa. Estamos cada vez com uma menor relação entre casos, internações e óbitos, fruto do sucesso da vacinação”, destacou o titular da pasta. “Nós esperávamos esse aumento sazonal, não estamos vivendo uma quarta onda por uma cepa nova, o que estamos vivendo agora é um aumento de casos respiratórios comum desta época. Há uma expectativa de que o pico dessas doenças respiratórias, especialmente das crianças, já passou. A gente percebe que mesmo com essa queda a gente tem alguns casos mais graves de crianças vinculados a outras doenças”, ressaltou Baccheretti.
Apelo
Após apresentar esses dados, o secretário de Saúde de Minas Gerais destacou que, apesar de a letalidade da covid-19 ter diminuído com a variante ômicron, a relação da vacinação com a probabilidade de mortes é evidente.
“A proporção da população não vacinada em relação a quem tomou pelo menos a primeira dose de reforço (terceira dose da vacina): nós estamos falando em cinco vezes mais chances de essa pessoa ir a óbito. Então, quem não tomou a vacina, a chance de morrer é muito maior do que quem tomou pelo menos a primeira dose de reforço. Em quem não tomou a dose de reforço a proporção é quase três vezes maior. Vale sempre falar isso. Temos que tomar o primeiro reforço e o segundo reforço (quarta dose) que está garantido a partir de 40 anos. A pessoa que não tomou a vacina está correndo um risco de pelo menos cinco vezes a mais de morrer da covid-19. Não tem motivo para não tomar a vacina”, enfatizou.
O secretário ainda destaca quem a proporção ainda é maior quando se fala nas chances de ser hospitalizado por causa da doença. “Quem não tomou nenhuma vacina tem uma chance muito maior, cerca de oito vezes maior de se internar por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Nós temos a principal arma, que é a vacina, e pessoas que insistem em não se vacinar. Quem não tomou pelo menos a primeira dose de reforço tem uma chance três vezes maior de internar. Não achem que tomar apenas duas doses é o suficiente, nós temos que buscar o reforço”, aconselha Fábio Baccheretti.
Desafio
Houve uma melhora nos índices de vacinação em Minas Gerais nos últimos meses. Em maio, dos 853 municípios mineiros, 260 apresentavam cobertura vacinal da dose de reforço contra a covid-19 superior a 70%. Em junho, já são 351 municípios que alcançaram esse índice. Em relação às crianças, mais de 70.26% receberam a primeira dose da vacina, mas a segunda dose pediátrica foi aplicada em 44.91%. O secretário de Saúde de Minas explicou o trabalho da pasta para melhorar cada vez mais os índices nos municípios.
“Nós temos um desafio muito grande. Primeiro, contradizer as fake News, dizer que a vacina é segura. Esse é um ponto muito importante. Você pode levar a vacina até a criança, mas o pai não quer vacinar com medo de fake news. Nosso papel é desfazer essas notícias, e também levar a vacina para o dia a dia. As pessoas não estão parando o que estão fazendo para ir tomar a vacina. Estamos buscando a vacinação em praças, rodoviárias, shoppings e escolas, para que as pessoas façam o mínimo esforço para tomar sua vacinação. Ajudou no sarampo, ajudou na gripe e está ajudando na covid-19. Estamos fazendo isso de forma insistente, até chegar na nossa meta”, explicou. “Nós nunca atingimos metas de vacinação de forma fácil, mesmo antes da covid, mas as fake news cresceram com ela. Existem os grupos anti-vacina e, hoje, com as redes sociais, isso se dissemina muito rápido. É muito difícil combater isso no dia a dia, mas é a estratégia que a gente vem usando”, pontuou.
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