Na manhã desta terça-feira, 4, a Polícia Civil de Poços de Caldas apresentou novas informações sobre o homicídio de Agatha Brito, 13 anos, encontrada morta dentro de uma tapeçaria no Jardim Paraíso, zona sul da cidade.
“Desde de início do desaparecimento da menina, as diligências iniciais foram adotadas. No entanto, na segunda-feira, eu estava de plantão na delegacia quando recebemos um telefonema de vizinhos dizendo que exalava um odor muito forte da tapeçaria. No local, constatamos que realmente havia um odor de putrefação. Solicitamos então apoio de populares e arrombamos a porta do local. Infelizmente nos deparamos com o corpo da vítima caído em um quarto improvisado no fundo do comércio”, esclareceu delegado Hernani Perez Vaz, responsável pelo caso.
Ainda de acordo com a PCMG, a menina apresenta várias perfurações, principalmente na região do pescoço. Uma faca com marcas de sangue também foi encontrada pelos policiais. Ubirajara Aparecido de Moura, 61 anos, é o principal suspeito de matar a garota. No local do crime, a polícia encontrou uma carta em que o autor confessa que matou a adolescente.
“Na carta, além de confessar o homicídio, o autor demonstra que a provável motivação do crime tenha sido passional, que apesar dele ser de idade, tinha afeto pela vítima e não estava aceitando um novo relacionamento que estaria tendo com outro rapaz. Na carta, ele confirma ainda que havia mantido relações sexuais com a vítima”, esclareceu o delegado.
A polícia ainda trabalha buscando confirmar se o crime foi premeditado.
“Na carta consta a data do dia 30, porém a menina foi vista pela manhã da sexta-feira, 31, no entorno da tapeçaria e isso levanta uma questão; a carta foi premeditada ou ele errou durante a confecção? ”, diz o delegado.
De acordo com a polícia, dois dias antes do crime, o suspeito procurou um amigo dizendo que estava passando o ponto e que precisava vender alguns equipamentos de trabalho, inclusive um celular que ele teria dado de presente à vítima. São informações que evidenciam a premeditação do crime de acordo com o delegado. O amigo do auto foi localizado e confirmou que recebeu a ligação do suspeito, porém não chegou a buscar os objetos que foram deixados em um comércio ao lado da tapeçaria.
O delegado que cuida do caso disse que os pais da menina relataram que não tinham conhecimento do relacionamento de Agatha com o tapeceiro.
“Segundo informado pelos pais, eles não sabiam do relacionamento da menina com o suspeito, mas confirmaram que sabiam que a garota frequentava a tapeçaria. Segundo os vizinhos do entorno, a menina matinha relações sexuais com o autor. Além disso, a menina prestava pequenos serviços ao suspeito, assim como os pais, que eventualmente auxiliavam ele no estabelecimento. As diligências prosseguem até mesmo para verificar a conduta dos pais, pontuou o delegado.
O suspeito já está com o mandado de prisão decretado, sendo considerado foragido da justiça. As investigações continuam.
Confira abaixo a entrevista do delegado.