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Casagrande escreve texto relembrando sua passagem na Caldense e parabeniza clube pelo centenário

09/09/2025
in Destaques, Esporte, Notícias
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Casagrande escreve texto relembrando sua passagem na Caldense e parabeniza clube pelo centenário
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O ex-jogador da Caldense, Casagrande, atualmente comentarista esportivo, publicou um texto em sua coluna no Portal UOL deste sábado relembrando sua passagem pela Veterana em 1981 e sua época em Poços de Caldas. Leia o texto na íntegra:

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“Gol no Mineirão e meu primeiro ano como profissional: parabéns, Caldense

Como o Campeonato Brasileiro está parado pela Data Fifa e a seleção brasileira só jogará na terça-feira, vou contar uma história muito importante da minha vida profissional.

Em janeiro de 1981, eu tive uma discussão muito pesada com o ex-treinador já falecido Oswaldo Brandão, que para mim é o grande treinador da história do Corinthians, no aeroporto de Congonhas.

Ele havia me relacionado aos 17 anos para viajar com o time profissional para a primeira rodada do Campeonato Brasileiro (Taça de Ouro), que seria contra o Galícia, em Salvador, porque o Geraldão estava sem contrato.

Eu morava na Penha e peguei dois ônibus até Congonhas. Estava muito empolgado, feliz como toda a minha família. Só que, quando cheguei no aeroporto, umas 7h, dei de cara com ele, que, com muita brutalidade, veio gritando: “Garoto, o Geraldão renovou o contrato ontem e você não vai mais. Quem não viajar tem treino lá no Parque São Jorge às 9h, e pode ir para treinar.”

Fui pego de surpresa pela grosseria e não pelo corte da viagem. Claro que fiquei frustrado, mas se ele me avisasse de um modo educado, eu iria entender e não sentiria raiva pelo corte. Mas respondi com a mesma agressividade: “Olha só, Sr. Brandão, você é um grosso, estúpido, e eu não jogo mais aqui e nem treino. Pode ficar tranquilo.” Claro que teve alguns palavrões no meio da minha fala.

Bom, peguei dois ônibus novamente para voltar, parei no Parque São Jorge e fui direto à administração do futebol para conversar com o Sr. Renê de Toledo, que era quem comandava. Falei assim: “Sr. Renê, eu não jogo mais aqui e quero ir embora. Vou para casa e só volto aqui quando aparecer um clube para mim.”

Depois de alguns dias, me chamaram para perguntar se eu toparia ir para a Caldense, porque eles haviam procurado o Corinthians. Eu topei na hora, porque queria jogar profissionalmente. Apesar da pouca idade, não queria mais ficar no juvenil.

O lance da Caldense foi o seguinte: Lá em Minas Gerais existia o campeonato amador do Sul de Minas, e em 1980 o saudoso zagueiro Zé Eduardo chamou eu e mais quatro jogadores ex-juvenis para jogarmos esse torneio pela cidade de Caldas, que fica ao lado de Poços. O jogo seria entre as cidades de Caldas x Poços de Caldas, e o time de Poços era a Caldense. O resultado foi 2 x 1 para Caldas, e eu fiz os dois gols. Isso ficou na cabeça deles, por isso foram especular a possibilidade de eu ir por empréstimo para lá.

Agora começa diretamente a minha história desse sábado, 6 de setembro. O Campeonato Mineiro começou, e na primeira rodada jogamos contra o grande Atlético-MG, no estádio Ronaldo Junqueira (Ronaldão). Eu havia torcido fortemente o tornozelo uma semana antes, e não treinei a semana toda. Nem relacionado para o jogo fui. Só que o time concentrava na república em que eu morava com os outros jogadores, e na véspera do jogo o treinador resolveu me relacionar.

O estádio estava cheio e o Galo fez 1 a 0 logo no início. Mas em seguida eu fiz o gol da entrada da área, mas senti muita dor no tornozelo quando chutei. Poucos minutos depois, o lateral esquerdo Paulo Roberto cruzou na área e fiz de cabeça: 2 x 1. Saí do jogo após o gol, mas vencemos com esse resultado. Bom, o campeonato foi rolando, e o nosso time lutando pela classificação para o hexagonal final.

Eu fazia gols e disputava a artilharia com o Rei Reinaldo (Atlético-MG) e Wagner (América-MG) desde o início do campeonato. Quando começou o segundo turno, fomos até o Mineirão para enfrentar o Atlético-MG novamente, só que dessa vez com a equipe treinada pelo saudoso Carlos Alberto Silva praticamente completa.

Só para lembrar que o Galo de 1981 era o time que havia jogado a Libertadores junto com o Flamengo, que foi o campeão. No time estavam: o goleiro João Leite, o zagueiro Luizinho (titular na Copa de 82), Cerezo, Chicão, Vaguinho, Reinaldo, o saudoso Palhinha e Éder, por exemplo. Era um timaço.

Dia 6 de setembro de 1981 caiu num domingo de muito sol, e nós da Caldense estávamos em Belo Horizonte para enfrentar esse time atleticano. Poços de Caldas fica bem longe de BH e a Caldense viajava de ônibus. Saímos no sábado, 5 de setembro, logo após o almoço, paramos na estrada para comer um lanche e chegamos ao hotel à noite.

No domingo, almoçamos, fomos para a preleção e estávamos muito motivados para esse jogo, mesmo sabendo da diferença entre os times. Era minha primeira vez no Mineirão, que eu só via pela TV nos gols do Fantástico de domingo à noite. Parecia um sonho para mim estar ali naquele momento, enfrentando muitos dos meus ídolos.

Logo que chegamos ao estádio, deixei minhas coisas no nosso vestiário e fui até o do Atlético para rever o Vaguinho e o Palhinha. Me surpreendi com a recepção que me deram. Eu só treinava com eles no Corinthians, não tinha amizade e poucas vezes havíamos conversado. Quando entrei, o Palhinha logo me viu e falou assim para o Vaguinho: “Olha aí, ‘Melão’!” (apelido do Vaguinho).

Os dois vieram até mim e disseram: “Fala, garoto. Parabéns pelo campeonato que você está fazendo, estamos acompanhando tudo.” Respondi muito timidamente: “Poxa, muito obrigado.” Voltei para o meu vestiário emocionado e muito feliz pelo modo como me trataram. Sou muito fã do Vaguinho, porque vi ele chegar no Corinthians vindo do próprio Galo em 1971, e para mim ele foi um dos grandes pontas que vi jogar. Eu adorava quando ele jogava.

Já a minha admiração pelo Palhinha já era da época do Cruzeiro, pelos gols que fazia e suas jogadas em velocidade e dribles. Quando o Vicente Matheus trouxe ele para o Corinthians, foi o máximo para mim. Bom, entramos em campo e me paralisei quando o Mineirão começou a cantar: “Ei, Ei, Ei, Reinaldo é o nosso Rei.” Me arrepiei todo de emoção por estar ali no mesmo campo que esse gênio.

Aí o jogo começou muito equilibrado, tanto que o primeiro tempo terminou 0 a 0 e tudo ficou reservado para depois. No segundo tempo, tudo aconteceu muito rápido. Aos 9 minutos, fiz um golaço de virada, após um cruzamento do lateral Edinho. Foi meu primeiro gol num estádio famoso mundialmente e, também à noite, seria meu primeiro gol a passar no Fantástico.

Só que aos 11 minutos, o Reinaldo empatou e o estádio explodiu. Aquela música mágica ecoou novamente nas arquibancadas: “Ei, Ei, Ei, Reinaldo é o nosso Rei.” Três minutos depois, veio um cruzamento da esquerda, subi e cabeceei, mas a bola bateu na trave e quicou em cima da linha para o meu companheiro Alfredo marcar o nosso segundo gol, aos 14 minutos.

Daí em diante, dominamos completamente a partida com toques de bola, movimentação, e os jogadores do Galo foram se irritando tanto que o Reinaldo foi expulso aos 38 minutos e o meu companheiro Cafuringa aos 42.

Os times entraram em campo assim:
Atlético-MG: Luís Eduardo; Orlando, Osmar Guarnielli, Alexandre e Jorge Valença; Heleno, De Rossis (Fernando Roberto) e Palhinha; Vaguinho (Tita), Reinaldo e Éder. Técnico: Carlos Alberto Silva.
Caldense: Gilberto; Edinho (Edecir), Jânio, Vagner e Paulo Roberto; Armando, Cafuringa e Alfredo (Silvinho); Alfredinho, Casagrande e Assis. Técnico: Airton Diogo.

Foi uma vitória mágica, incrível por todo o contexto. O aniversário da A. A. Caldense é dia 7 de setembro, ou seja, amanhã — foi fundada em 1925. Voltamos dessa linda vitória no sábado após a partida, mas a grande surpresa estava por vir no dia seguinte.

Na segunda-feira, 7 de setembro, acordei relativamente cedo e meus amigos mais próximos já haviam saído para a praça para ver o desfile. Aí, tomei café na república e fui descendo para a praça também, mas as ruas estavam lotadas de gente e os comerciantes estavam me esperando para dar presentes.

Foi algo inesperado e emocionante porque eu tive que voltar para a república umas duas vezes para deixar esses presentes no meu quarto. Fui assistir ao desfile e foi uma festa incrível, porque Poços de Caldas é uma cidade lindíssima e turística. Portanto, num feriado, ela ficava lotada e muito divertida.

São lembranças deliciosas que trago comigo do meu primeiro ano como profissional. Inclusive, foi na Caldense que me tornei jogador de futebol profissional. Amo Poços de Caldas, tenho um enorme carinho pela cidade e fiz diversos amigos.

Eu tinha 17 anos, então fiz amizade com pessoas da minha idade na cidade, e fizemos uma turma super divertida que se encontrava toda noite na praça: Lígia, Simone, Alfredinho, Cláudio, Perina, Juarez, Márcia e muitos outros.

Íamos todos os domingos à noite no baile da Catê, que era a domingueira no ginásio da Caldense. No verão, íamos tomar cerveja na Cascata das Antas, Cachoeira Véu da Noiva, Recanto Japonês, Cristo Redentor. Sem contar que a curtição no inverno era enorme porque a cidade faz um frio forte, inclusive com geadas.

Parabéns para a Caldense pelo aniversário nesse domingo!

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/casagrande/2025/09/06/gol-no-mineirao-e-meu-primeiro-ano-como-profissional-parabens-caldense.htm

Tags: caldensecasagrandeCentenáriocolunaesportefuteboluol
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