Uma carta histórica escrita por Alberto Santos Dumont, o mineiro conhecido como o pai da aviação, foi recentemente recuperada e devolvida ao patrimônio público. A carta, datada de 28 de março de 1919, foi escrita por Santos Dumont enquanto se encontrava em Poços de Caldas e estava em posse de particulares. Ela agora integra um conjunto de 22 documentos históricos restituídos pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ao Arquivo Público Mineiro (APM).
O conteúdo da carta revela um gesto de gratidão de Santos Dumont a um amigo que se empenhou na doação da casa onde o aviador nasceu, em Cabangu, uma localidade que hoje faz parte da cidade que leva o seu nome. No texto, ele agradece ao amigo pelo esforço em preservar a memória do local. Hoje, essa casa abriga o Museu Cabangu, um espaço que reúne a mais completa coleção sobre a obra e a vida do pioneiro da aviação.
O diretor do APM, Bruno Tripoloni, comenta que os documentos, que são de direito da comunidade, terão guarda permanente e acesso disponível para consulta pública às pessoas interessadas.
“Esses documentos que passam a fazer parte do nosso acervo não são apenas registros em papel. Eles representam pessoas, acontecimentos e decisões que moldaram o estado de Minas Gerais ao longo do tempo”, conta.
O retorno da carta foi possível graças à campanha “Boa Fé”, uma iniciativa do MPMG criada para incentivar a devolução voluntária de bens culturais pertencentes ao patrimônio público. A ação tem como objetivo garantir que objetos de valor histórico e cultural retornem aos seus locais de origem, preservando a memória coletiva. A carta de Santos Dumont, assim como os outros documentos recuperados, será cuidadosamente preservada no Arquivo Público Mineiro. A instituição também sugere que o documento seja encaminhado ao Museu Cabangu, fortalecendo a conexão entre o legado de Santos Dumont e o local de sua origem.
Apreensão em Brasília
Os outros 19 documentos foram obtidos durante a Operação “Devolva-me”, deflagrada pelo MPMG em Brasília, em junho de 2023, a maior apreensão de documentos públicos do país. A operação tinha o objetivo de apurar denúncia de que um colecionador de antiguidades possuía documentos históricos que pertenciam, possivelmente, a arquivos mineiros e estaria comercializando ilegalmente.
Fonte: G1/BHAZ