A campanha Março Amarelo aborda a conscientização sobre a endometriose, doença que atinge as mulheres e que em alguns casos pode causar a infertilidade. Embora a doença seja comum, o seu diagnóstico demora a ser feito, podendo ser confirmado até oito meses após os primeiros sintomas.
As mulheres que são acometidas pela endometriose passam por situações como cólicas fortes, dores durante a relação sexual, além de desconforto ao urinar e evacuar, dores nas coxas e região lombar. A falta de tratamento pode acarretar em problemas gravíssimos como perda das funções renais, caso a bexiga e os ureteres sejam prejudicados, além da obstrução intestinal. O crescimento anormal do endométrio pode dificultar a mulher a engravidar.
A jornalista Carolina Noronha faz parte do grupo de mulheres diagnosticadas com a doença “ Assim como o universo feminino, a endometriose é cheia de singularidades e individualidades, porque em cada mulher ela vai se manifestar de uma forma e as vezes pode ser até silenciosa. No meu caso ela foi silenciosa por muitos anos, eu a descobri quando ela já estava bem avançada e inclusive tinha saído da região do útero e avançado para região das trompas, de acordo com os exames médicos que foram feitos em mim”, relata.
A descoberta ocorreu quando tentou engravidar. “ Eu e meu marido buscávamos uma gravidez natural e não conseguíamos. Decidimos fazer exames mais aprofundados para ver se havia algum problema comigo ou com ele. Foi então que eu mudei de médica, fiz uma ressonância magnética que comprovou o que a médica havia dito em consulta”, conta.
A endometriose de Carolina é a profunda, a doença aderiu o canal das trompas o que impossibilitava a gravidez, pois o óvulo não era encaminhado pelas trompas. “Iniciei um tratamento depois disso, foi um tratamento rápido. Usei dois tipos de linhas, primeiro foi o tratamento tradicional da medicina que impede a mulher de menstruar e com isso a endometriose é retraída, não avança porque não há inflamação, mas depois de um tempo em que eu estava fazendo este tratamento, decidi procurar métodos alternativos, fiz micro fisioterapia e tratei questões intestinais com uma fisioterapeuta especialista nisso. Dois meses depois engravidei naturalmente. Mas isso não ocorre com todas as mulheres, por isso é importante que haja essa investigação”, explica.
Outra mulher que também foi diagnosticada com a endometriose foi Ana Carolina. “Eu passava com um médico que a princípio diagnosticou somente os miomas, com o passar dos anos, as cólicas menstruais foram piorando. O ginecologista me pediu uma ressonância e então foram descobertos vários focos de endometriose. Ana ainda contou que pelo médico, teria feito a retirada do útero, mas como tinha o sonho de ser mãe, teve que passar por um exame para saber se as trompas estavam funcionando normalmente. Como estavam, fez a cirurgia para retirada dos miomas. Em seguida iniciou tratamento para secar a endometriose. “ Por seis meses tomei medicação, minha cirurgia foi em fevereiro de 2020 e em agosto o médico suspendeu o tratamento. Fiz todos os exames necessários, após um mês menstruei. Quando passei com o médico para entregar o resultado dos exames, ele disse que meu útero estava perfeito, como se eu nunca tive tido nada. Então o mesmo me liberou. Duas semanas após passar com ele eu engravidei, foi uma surpresa maravilhosa, porque não era 100% de probabilidade de engravidar, mesmo passando por todo esse processo”, explica. Ana está na 23ª semana de gestação e espera ansiosamente a chegada do bebê.
Tratamento
A endometriose pode ser tratada de várias formas, como medicamentos que controlam a dor e diminuem o progresso da doença, cirurgia para retirar as áreas atingidas, ou ainda cirurgia para retirar os dois ovários. A mulher deve procurar o ginecologista assim que surgirem os sintomas da doença e lembrar que as dores fortes no período menstrual não são normais.
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