madrugada desta quinta-feira (23), pessoas não identificadas destruíram parte do cerca de uma fazenda na região rural de Passos, cidade com cerca de 111 mil habitantes no Sul de Minas.
Com isso, vários bois que viviam no local fugiram e, um deles, chegou à região urbana do município, feriu duas pessoas e foi sacrificado com quatro tiros disparados por policiais militares.
As cenas, porém, são retratadas de duas formas. A primeira, registrada em boletim de ocorrência pela Polícia Militar (PM), é de que todas as opções para que o animal não precisasse ser sacrificado foram tomadas.
Boi invade cidade, fere pessoas e é morto a tiros de fuzil pela PM; assistahttps://t.co/caeJCtDsJv pic.twitter.com/aVY5U9R5e7
— O Tempo (@otempo) July 23, 2020
A segunda, relatada pelo Movimento Mineiro Pelos Direitos Animais (MMDA), é de que houve crueldade na ação e que os agentes o mataram “da pior forma possível”, conforme alega o instituto em nota.
De acordo com a PM, o boi, que pesava aproximadamente 405 Kg, fez duas vítimas na cidade – um idoso de 70 anos, que sofreu uma cabeçada e caiu ao chão, e uma outra pessoa, cuja idade não foi informada, que foi atacada pelo animal e teve uma fratura no fêmur. Ambas foram encaminhadas para atendimento médico ressalta a corporação.
“O dono do animal não conseguia amarrá-lo ao caminhão. Restaram pouquíssimas opções para os militares, senão o sacrifício do animal”, alega a corporação.
O órgão afirma que foi feito contato com uma clinica veterinária para dar apoio à sedação do bicho, que procurou a Policia de Meio Ambiente e o Corpo de Bombeiros para captura e, ainda, tentou acionar um homem, funcionário da prefeitura de Passos, que é conhecido na cidade por ser “um laçador de animais de grande porte”.
A PM afirma que nenhuma das tentativas foi bem sucedida e, com o consentimento do proprietário do boi, precisou sacrificá-lo.
O MMDA, por outro lado, afirma que o animal “já estava contido e protetores de animais contataram veterinários, mas nenhum tinha como manejá-lo”.
“Os policiais decidiram matá-lo ‘da pior forma possível’, segundo uma protetora que estava no local. Segunda ela, não fizeram o isolamento adequado, deram tiros de fuzil com muitas pessoas em volta”, diz o instituto.
A PM afirma que “tomou todas medidas de precaução”, e realizou os disparos com dispersão das pessoas e com apenas um terreno baldio ao fundo.
“O ato configura um desserviço para a evolução de nossa espécie. A banalização da vida do animal diante da população contribui para seu embrutecimento e violência, conforme a Teoria do Elo”, critica a coordenadora do MMDA, Adriana Araújo.
No boletim de ocorrência, porém, a PM informa que o proprietário “disse que tentou contato com veterinário particular, mas ele não compareceria e, por fim, o solicitou à policia que sacrificasse o boi”.
O dono do bicho afirmou, ainda, que passou a madrugada tentando recuperar o animal, junto a um laçador, mas que não teve sucesso. Tanto os bombeiros, quanto a PM afirmam que o boi estava agressivo e descontrolado.
Fonte: O Tempo
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