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Amiga tatua foto de estudante morta com 28 facadas: ‘forma de deixar ela para sempre comigo’

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Beatriz Prado Galdino passou 19 dos seus 24 anos tendo a estudante Mayara Roqueto Valetin como sua melhor amiga. Cinco dias após a morte da estudante de biologia assassinada com 28 facadas, em São João da Boa Vista (SP), ela fez uma tatuagem para perpetuar essa amizade.

“Eu e a Mayara somos amigas desde os cinco anos de idade. Amigas de viver uma na casa da outra, de transformar a minha família na família dela e a família dela na minha família. Foi uma forma de deixar ela para sempre comigo, mesmo que ela já esteja, um modo de olhar sempre eu tiver saudade ver que ela está comigo”, disse Beatriz.

Mayara estudava na Unicamp e, no último fim de semana, foi a São João da Boa Vista visitar os pais. No domingo (15), ela saiu para fazer uma caminhada e não entrou mais em contato.

Foi Beatriz quem encontrou o corpo de Mayara em um local conhecido como Vale dos Gnomos, na Serra Paulista. Ela havia sido morta por Michel Douglas da Silva, de 28 anos. Ele foi preso na quarta-feira (18) e confessou o crime.

A tatuagem foi feita na sexta-feira (20), na parte de trás do braço e reproduz o contorno de uma foto em que Mayara está com uma borboleta no rosto. Beatriz ainda acrescentou uma auréola e a frase “Mayara vive”.

“A foto traduz tudo o que a Mayara era: natureza, luz. Ela amava animais, se uma borboleta chegasse perto de mim eu já ia começar a surtar e a Mayara não via maldade em nada e em nenhum lugar, então por isso eu acho que ela estava sozinha naquele lugar. Essa foto traduz muito a luz dela, esse olho azul dela, é a foto que eu mais amo dela.”

Dias de angústia

A última semana foi a pior da vida de Beatriz. No domingo, ela começou as buscas a partir do momento em que ficou sabendo do desaparecimento. Com a ajuda de quatro amigos encontrou o corpo de Mayara, no Vale dos Gnomos, um local bastante conhecido pelas amigas que faziam caminhada pela região desde os 12 anos.

“Desde o momento em que eu soube que ela estava desaparecida eu sabia que ela estava no Vale dos Gnomos, eu não sei explicar por quê. Acho que Deus que falou comigo. Assim que a gente entrou na estrada eu já desci do carro desesperada, e comecei a gritar sozinha e a pedir para Deus ajudar a encontrar a minha amiga, mas meu sentimento era que alguma coisa ruim tinha acontecido, mas eu sabia que ia encontrar ela ali”, contou.

Beatriz conta que ver a forma brutal como Mayara foi morta aumentou o seu sofrimento.

“Quando eu encontrei ela, estava escuro, eu vi e já cai no chão e comecei a chorar e não vi o estado que ela estava. Na hora que entrei no velório, ela estava totalmente destruída, ele acabou com ela, ele bateu nela, deu 28 facadas, tinha facada no rosto, os dois olhos dela estavam roxos, o rosto estava totalmente machucado, parecia que um pedaço de mim tinha sido arrancado. O que ele fez com ela você não tem noção, ela lutou muito com ele, os dedos da mão dela estava roxos de machucados, a mão cheia de ferimentos, foi muito triste o que ele fez com ela”, disse.

Na prisão de Silva, Beatriz fez questão de ir à delegacia porque queria olhar o rosto do assassino da amiga. Encontrou um homem frio, que não esboçou qualquer sentimento. Agora, ela aguarda que ele pague pelo sofrimento que causou.

“Minha vida nunca vai ser como era antes porque eu passei um trauma gigantesco. Eu vou ter saudade da minha amiga para o resto da minha vida, eu vou cuidar da família dela que eu amo e o único sentimento que eu tenho agora é de justiça. Eu quero ver ele preso, que a justiça seja feita e ele fique dentro da cadeia e não mate mais ninguém”, afirmou Beatriz.

Com informações do G1

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