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Acusada de matar namorado em Poços de Caldas vai a júri popular

Pedro Granato e Natasha Curimbaba estariam juntos há pelo menos dois meses — Foto: Reprodução / Redes sociais

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A Justiça de Minas Gerais decidiu, nesta sexta-feira (18), levar a júri popular a ré Natasha Cristina Curimbaba, acusada da morte de Pedro Granato Oliveira. A decisão, proferida pela 2ª Vara Criminal e da Infância e da Juventude da Comarca de Poços de Caldas, reconhece indícios suficientes para que a ré seja submetida a julgamento pelo Tribunal do Júri, sob a acusação de homicídio qualificado por dificultar a defesa da vítima, conforme previsto no artigo 121, §2º, inciso IV, do Código Penal.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu em 28 de julho de 2024, por volta das 19h, no local conhecido como Morro do Chapéu, no bairro Parque Vivaldi Leite Ribeiro. Na ocasião, a vítima e a ré teriam passado a tarde juntos em um churrasco no condomínio onde residiam. De acordo com as investigações, o casal deixou o local no veículo de Natasha e se dirigiu ao morro, onde Pedro teria sido atacado com golpes de faca. O laudo de necropsia aponta como causa da morte a broncoaspiração causada por esgorjamento (corte no pescoço).

Nathasha postou foto segurando uma faca – Foto: Redes Sociais

Imagens de segurança mostram que Natasha retornou sozinha ao condomínio pouco tempo depois do ocorrido. No dia seguinte, ela foi vista saindo do prédio com malas. A polícia concluiu que Pedro tentou descer a ribanceira após o ataque, mas não resistiu aos ferimentos.

A defesa de Natasha sustentou a tese de inimputabilidade por transtornos mentais. Relatórios médicos apontaram histórico de transtorno de personalidade borderline, psicose associada ao uso de substâncias e episódios anteriores de comportamento violento. No entanto, o juiz responsável entendeu que não há comprovação inequívoca de incapacidade total de entendimento ou autodeterminação no momento do crime. Segundo a decisão, apesar dos laudos indicarem prejuízo da saúde mental, há evidências de que a ré mantinha condutas funcionais e autonomia em diversos aspectos de sua vida.

Com base no princípio do in dubio pro societate, que recomenda o julgamento por júri em caso de dúvida relevante, a Justiça decidiu pela pronúncia da ré. Natasha permanecerá internada provisoriamente até o julgamento. O juiz também determinou que a instituição de internação seja comunicada da decisão e ressaltou que o plenário do Júri é o órgão competente para avaliar definitivamente a responsabilidade penal da acusada.

O processo segue agora para a fase de julgamento pelo Tribunal do Júri. Ainda não há data definida para a realização da sessão.