Na última semana, com 98 dias de vida e pesando 2,740 gramas, teve alta da CTI Neonatal para a Pediatria Luca Augusto Marin, segundo menor bebê da história a nascer na Santa Casa de Poços.
Luca nasceu no dia 13 de maio com apenas 455g e 29 centímetros, após 26 semanas e três dias de gestação. Agora, ele está sendo cuidado na Pediatria para poder desmamar o resto de oxigênio que ainda precisa, aprender a mamar e, enfim, poder ir para casa.
Luca é considerado um pequeno milagre pela equipe do Hospital. A médica Pediatra, Dra. Bárbara Lusvarghi, explica que, em casos como o dele, de bebês prematuros extremos, que são crianças com menos de 28 de semanas de idade gestacional, sempre há muitas complicações.
“Casos como o do Luca são graves, estes bebês apresentam altas taxas de mortalidade e de morbidade, são internações prolongadas e estes bebês, quando sobrevivem, podem apresentar uma série de complicações. Quando Luca nasceu, pesando 455 gramas, não sabíamos se ele iria resistir. Mas, assim que ele nasceu, ele chorou e mostrou pra gente que queria sobreviver. Aí nós cuidamos dele com todo o carinho nesse período e ele sempre foi muito forte”, explica Dra. Bárbara.
Emoção
No momento da alta para a Pediatria a mãe de Luca, Angélica Marin Silva, era só emoção. Entre lágrimas, ela relembrou como foi todo o processo até que aquele momento chegasse.
“Era uma segunda-feira e eu senti uma dor na nuca. Cheguei no Hospital e o pessoal da Maternidade me recebeu muito bem. Me atenderam, me desceram para fazer o ultrassom e, chegando lá, viram que eu estava com 40% de líquido a menos, sendo que duas semanas antes estava tudo normal, não tinha nada de diferente. Eles me internaram para tentar repor o líquido, pediram para fazer repouso e na quarta-feira viram que não tinha mais nada de líquido, tinha zerado”, conta a mãe.
Segundo Angélica, foi à partir daí que começou a luta pela vida de Luca. “Primeiro me falaram que iam induzir o parto e que ele não ia sobreviver. Isso abriu meu chão. Aí o Dr. Daniel Incrocci e o Dr. Macário, que são dois anjos da guarda junto com a Dra. Bárbara, foram ao quarto para explicar o procedimento. Fizeram outro ultrassom, viram que ele estava se movimentando e tinha batimento. Me falaram que eles iam fazer a cesária porque não era nós que íamos decidir a vida do Luca, era Deus. O Dr. Macário falou isso pra mim, eu nunca mais vou esquecer. Eles me levaram para fazer a cesária e o Luca nasceu era 16h50. Eu não o vi, não escutei choro, só vi um monte de gente passando correndo e aquele silêncio. O Dr. Felipe, anestesista, falou para mim assim: ‘nasceu e parece que ele chorou’. Aquilo para mim foi um alívio”, conta a mãe, que só foi ver seu filho no outro dia, já na CTI Neonatal.
“Cheguei lá e foi uma alegria, porque ele estava todo espoletinha dentro da incubadora. Pequenininho, mas forte. À partir daí os dias foram uma montanha russa, mas os profissionais da CTI Neo, médicos, enfermeiros, técnicos, o pessoal da limpeza, todos me deram muita força todos os dias, nunca falaram uma palavra para eu desistir. Era um dia de cada vez. Acreditei que ele ia viver desde que ele nasceu, eu falava assim: Deus, se o Senhor me deu o Luca, eu vou ficar com ele. E Deus deixou ele para mim”, se emociona Angélica.
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